A rainha Elizabeth II perdeu sua melhor amiga e confidente. Morreu, no fim de novembro, Margaret Rhodes, prima em primeiro grau da soberana. Margaret tinha 91 anos, um a mais do que Elizabeth. As duas cresceram juntas. Margaret era sobrinha da Rainha Mãe e vinha de uma família de nobres da Escócia. Era tão próxima da tia casada com o futuro Rei George, que chegou a ser chamada por ela de "terceira filha". Na adolescência, durante a II Guerra, morou nos palácios de Buckingham e Windsor com Elizabeth e a irmã desta, também chamada Margaret.
Rhodes foi uma das poucas pessoas que realmente testemunharam todas as fases da vida da Rainha na intimidade. Foi uma das oito madrinhas do seu casamento e conselheira dos tempos da paquera. Fatos marcantes da vida de Elizabeth, principalmente da juventude, quase sempre tiveram alguma relação com ela. No dia em que a Inglaterra declarou guerra à Alemanha, em 1939, elas estavam juntas.
"Não parecia real", revelou no seu livro de memórias.
Frequentemente, era convidada para dar declarações sobre a Rainha em programas de televisão. Com suas boas tiradas, algumas pouco políticas, e mostrando grande dose de sinceridade, Rhodes humanizava a imagem de Elizabeth com suas entrevistas. Continuou falando à imprensa até antes de adoecer, o que mostra que nunca foi censurada ou recomendada pela prima soberana a fechar a boca.
Em 2013, na histeria midiática que precedeu o nascimento do príncipe George, perguntaram se ela estava "extremamente animada" com a chegada do herdeiro. A resposta:
– Não extremamente. Todo mundo tem bebês, assim que isso não me deixa extremamente animada.
Quando o marido de Margaret teve câncer, a Rainha ofereceu ao casal uma casa dentro do parque onde fica o Palácio de Windsor, para que estivessem mais próximos de Londres, facilitando o tratamento. Rhodes continuou morando lá mesmo depois da morte dele. Quando a Rainha estava em Windsor, mantinha o costume de, depois da missa de domingo, ir à casa da prima para uma conversa e um drinque.
Carismática e expansiva, Margaret Rhodes era muito parecida em personalidade com a Rainha Mãe, por isso as duas se davam tão bem. Rhodes virou dama de companhia dela e foi uma das quatro pessoas que estavam ao seu lado no leito de morte.
Rhodes também marcou época. Estudou, mesmo durante a guerra, e assim conseguiu trabalhar como secretária do MI6, o serviço secreto de inteligência inglês.
Uma de suas "indiscrições" mais recentes sobre a Rainha revelou que elas escaparam do Palácio de Buckingham para celebrarem com o povo que tomava as ruas de Londres o Dia da Vitória, o fim da II Guerra, em 1945.
– Foi um rompante de liberdade, quando pudemos fingir que éramos pessoas comuns. Foram momentos de Cinderela ao contrário – relembrou.
Fontes próximas à Rainha declararam à imprensa inglesa que ela ficou arrasada com a perda. É também de pensar que Elizabeth II esteja passando a triste e inevitável realidade de ver sua geração partir. Oficialmente, o Palácio não se manifestou, alegando que este era um assunto particular.
Vitrines de Natal
As principais lojas de Londres revelaram suas elaboradas, tecnológicas e luxuosas vitrines de Natal. A coluna apresenta algumas aqui. Mais imagens no Instagram @fzaffari.
Liberty
A tradicional Liberty, desde 1875 no centro de Londres, fez uma parceria com a Royal Opera House e homenageou o mais tradicional dos balés desta época do ano, O quebra-nozes. Cada vitrine representa uma das cenas marcantes.
Fortnum&Mason
A loja em que a Rainha compra chás e os atendentes recebem de fraque apresenta vitrines com o tema união. Sob o slogan "Juntos somos mais felizes", a F&M encenou nove contos que colocam na mesma cena arqui-inimigos clássicos, como o peru e o açougueiro; o lobo e a ovelha; e a lagosta e o chef.