Hotéis de luxo, butiques e museus vêm escalando personalidades para decorarem, ao seu estilo, suas árvores de Natal. Uma atração a mais no concorrido mundo do marketing natalino.
O hotel Claridge's, um dos mais sofisticados no centro de Londres, chamou ninguém menos do que Jony Ive, o criativo responsável pelo design premiadíssimo da Apple. E o que o Sir Ive aprontou está dando repercussão: uma árvore, sem enfeites ou luzinhas. Há um outro espaço no lobby com três árvores juntas e, pelos corredores, arbustos. Ive honrou o estilo minimalista e clean de suas criações da Apple e transpôs para o Natal. À revista Wallpaper, justificou as escolhas dele e sua equipe:
– Nosso objetivo era criar uma experiência mágica, envolvente, que celebra o enorme respeito pela tradição, ao mesmo tempo em que reconhecemos a nossa excitação pelo futuro e pelas coisas que virão.
Ano passado, Christopher Bailey, da Burberry, foi o designer eleito pelo hotel, que já convidou também Dolce & Gabanna e John Galliano.
Já no hotel The Connaught, igualmente luxuoso e tradicional, o escolhido foi o artista plástico Antony Gormley.
E ele também radicalizou. O escultor inglês resolveu inverter o foco e valorizar o tronco da árvore de Natal e não os galhos. A árvore de 17 metros, que fica em frente ao prédio, ganhou um tronco iluminado.
Gormley fez sua escolha alinhada ao atual cenário político:
– Neste momento de disfunção global, espero que esta árvore magnífica transmita um sentimento de continuidade e vitalidade.
Veja mais decorações especiais de Natal em Londres no Instagram @fzaffari.
Tensão natalina
O ataque ao mercado natalino em Berlim colocou em alerta uma das mais bonitas tradições desta época do ano na Europa, que faz parte da agenda anual familiar.
Em Londres, o Winter Wonderland, montado em pleno Hyde Park, reforçou a segurança. Já era feito um controle de bolsas e sacolas, mas a inspeção se tornou mais minuciosa e longas filas se formaram nas entradas. É destas filas que o público reclama. Parados, enfileirados na entrada, muitos protestaram dizendo que seriam alvo fácil para um ataque como o de Berlim.
Autoridades vêm tentando acalmar a população, e afirmam que o sistema de segurança na Inglaterra também foi reforçado com patrulhas armadas nas fronteiras.
Escândalo nos vestiários
O escândalo de abuso sexual infantil no futebol inglês já envolve 98 clubes entre amadores e profissionais, incluindo o Chelsea, Newcastle e o Manchester City.
O caso começou com o depoimento de Andy Woodward para o jornal The Guardian, dizendo ter sofrido abuso quando criança pelo técnico Barry Bennell – que já foi condenado por abuso sexual em 1994, nos Estados Unidos, e em 1998 e 2015 no Reino Unido.
Depois deste depoimento, uma avalanche de vítimas começou a vir a público narrando casos semelhantes envolvendo outros treinadores. O assunto tomou proporções assustadoras. Bennell, recentemente, foi encontrado inconsciente em um quarto de hotel, mas a polícia não confirmou se foi tentativa de suicídio.
A Federação Inglesa de Futebol disse que esta é a pior crise pela qual já passou.
Até agora são pelo menos 83 potenciais suspeitos e a Polícia Metropolitana de Londres recebeu 106 denúncias contra 30 clubes, quatro deles da Premier League. Em toda a Inglaterra, já existem mais de 20 investigações abertas para apurar casos de pedofilia no futebol.
Butique de papel
Na contramão do mundo digital, o papel sobrevive. G.F Smith, uma das mais incensadas marcas locais de papel e também a maior empresa especialista do ramo no Reino Unido, abre uma loja em plena Oxford Street.
O misto de espaço de exposição, showroom e oficina criativa tem dois andares e, segundo antecipou John Haslam, um dos diretores, o objetivo do local é desafiar, inspirar e surpreender.
A G.F Smith não está dando um tiro no escuro. Está no mercado desde 1885 e abre seu "espaço criativo" para fãs do papel e do mundo manual, com um projeto moderno, nada retrô.
No primeiro andar, chama a atenção a colorida instalação de tubos de papel colorido.
Para a abertura, foi montada uma exposição temática sobre um papel específico, verde, especialmente desenvolvido para a marca inglesa Mulberry. Também foi criado um vídeo mostrando os bastidores do projeto, dirigido por Ben Stevenson e narrado pelo diretor criativo da Mulberry, Jonny Coca.
A cada três meses uma nova instalação deve ocupar a galeria.