A soprano gaúcha Gabriella Di Laccio está com duplo lançamento previsto para novembro em Londres. Radicada há 15 anos na Inglaterra, vai lançar Bravura, seu primeiro CD, com árias barrocas de Handel e Vivaldi, com Fernando Cordella e Musica Antiqua Clio. O álbum, bem como quatro outros CDs já previstos, marca o lançamento do selo Drama Música – uma iniciativa de Gabriella, que sentiu a necessidade de um selo exclusivo para música clássica.
Esta nova fase da carreira da soprano será festejada com um concerto, na Embaixada Brasileira, no dia 17 de novembro, para convidados.
Gabriella nasceu em Canoas, fez seus primeiros treinos vocais na Ospa e chegou a cursar Arquitetura. Vinda de uma família sem histórico de artistas, relembra:
– Hoje em dia sabe-se que quem canta pode fazer disso uma profissão, mas naquela época não se tinha essa ideia.
Quando decidiu que tentaria o canto profissional, sabia que era um mercado restrito e extremamente competitivo. Gabriella então optou pela melhor formação que conhecia na época, com a professora Neyde Thomas, em Curitiba. Foi nesta época também que integrou a Camerata Antiqua de Curitiba, sendo solista em diversos concertos:
– Um período muito importante para mim, quando ampliei meu repertório – explica.
Então veio a grande virada. A gaúcha ganhou uma bolsa para um mestrado de dois anos no prestigiado Royal College of Music, em Londres – um ano para estudar música antiga e outro para performance em uma das mais importantes escolas de música do mundo.
Gabriella mudou-se para Londres, sozinha e empolgada, mas, confessa, viveu sua parcela de choque cultural na chegada. Enfrentou, como tantos outros, a dificuldade com o idioma, e ainda teve que vencer diferenças específicas na sua área. Algumas, mais tarde assimilou, eram apenas questões de estilo:
– Tinha um professor, por exemplo, que reclamava que eu mexia muito as minhas sobrancelhas quando eu cantava.
O que na época foi motivo de certa apreensão para a jovem artista, hoje é uma recordação que ela revisa com certo humor. Com a serenidade de quem fez escolhas, conquistou espaços e desfruta deles sem deslumbres, responde à pergunta sobre se está no lugar que sonhou:
– Sonhava em ser o melhor que eu pudesse ser. E é isto que quero como artista, o meu melhor.
Há quatro anos, a soprano está realizando mais um de seus desejos profissionais. Com carreira na Europa, casada com o engenheiro inglês Andy Harrison, Gabriella conseguiu se reaproximar do Brasil. Passou a anualmente fazer um roteiro de concertos como artista convidada.
– Fiquei feliz em voltar a me apresentar novamente no Theatro São Pedro.
Por enquanto, Bravura e os próximos CDs que a Drama Música irá lançar estarão disponíveis no Brasil nas plataformas digitais iTunes e Spotify, a partir de 11 de novembro.
NAS BANCAS U.K.
Em tempos de Feira do Livro de Porto Alegre, London Eye dá uma espiada na lista dos livros mais vendidos na Inglaterra. A mais prestigiada é a publicada todo domingo pelo jornal Sunday Times. Entre os campeões de venda do momento, estão:
"The Victoria letters", por Helen Rappaport
Detalhes das cartas e diários escritos pela Rainha Victória (1819–1901), a monarca que manteve o mais incrível acervo de que se tem notícia no país.
"From nowhere, my story", por Jamie Vardy
Autobiografia do futebolista e garoto-problema Jamie Vardy. Apesar de todos os nãos que levou na carreira, jogou no Leicester, time de menor expressão, mas que faturou o campeonato inglês no ano passado.
"Born to run", por Bruce Springsteen
Autobiografia do mito do rock and roll, que se dedicou ao projeto nos últimos sete anos. Impressiona pela sinceridade do relato.
"More moaning", por Karl Pilkington
O autor faz uma volta ao mundo, experimentando de tudo, para buscar o sentido da vida. É uma sequência a seu best-seller de 2013 The moaning of life ("A lamúria da vida”, trocadilho com "The meaning of life", ou “o sentido da vida").
"Land Rover", por Ben Fogle
Um tributo à história do carro mais querido da Inglaterra e, há quem diga, do mundo. O autor faz o relato durante uma viagem pelas Ilhas Britânicas.
