Com a antecipação da escolha e da posse da nova primeira-ministra, Theresa May, que havia defendido a permanência do Reino Unido na União Europeia, os prazos para o Brexit estão correndo. May já havia declarado que não tinha intenção de convocar a Cláusula 50, que dá início oficialmente às negociações de saída, até o fim do ano.
Mas, para agradar aos eurocéticos de seu partido, teve que adotar um discurso mais radical. Resta saber o que muda agora que pegou as chaves da Downing Street número 10 (endereço onde vive e trabalha o premier). Seu lema de campanha pela liderança do Partido Conservador e, consequentemente, pelo posto de primeira-ministra foi "Brexit significa Brexit".
Neste assunto, há dois possíveis caminhos para a nova Dama de Ferro inglesa:
1) Theresa May fará a saída da União Europeia. Ela dará bom espaço no seu governo para políticos defensores do Brexit, integrando as facções em disputa em seu partido. O processo deve começar somente a partir de outubro. May será uma negociadora dura e colocará o status dos atuais europeus vivendo no Reino Unido na mesa de negociação.
2) Theresa May não fará o Brexit. Sim, mesmo depois de ter prometido, o processo seria empurrado com a barriga. Ela já declarou que não tem intenção de convocar a Cláusula 50 até o fim do ano. Nesse prazo de seis meses, seria "trabalhada" na opinião pública a necessidade de uma nova eleição geral, obtida através de uma mudança na lei realizada nesse tempo. Caso vençam, os conservadores conquistariam um novo mandato inteiro, de cinco anos. Esse caminho daria a legitimação da escolha de Theresa e, o detalhe mais importante, a aprovação de um programa de governo.
Aí está o pulo do gato. Sua plataforma seria "por uma nova relação com a Europa" – ou seja: não seria um novo plebiscito, mas outro jeito de abrandar o Brexit e torná-lo uma pesada renegociação com a União Europeia.
Este segundo caminho pode parecer muito engenhoso, mas, levando-se em conta tudo o que tem acontecido nos últimos 20 dias, não seria de surpreender.
A IMPRENSA E O BREXIT
A bandeira de uma nova eleição geral já estampa as capas de jornais. A cobertura do Brexit pela imprensa inglesa faz pensar sobre a defesa de que jornais abram sua linha editorial e divulguem ao público quem são seus candidatos ou suas posições políticas. Durante o plebiscito, os principais impressos do Reino Unido não só se posicionaram, mas fizeram campanha aberta. E há o caso dos jornais que mudaram de lado. O Times largou pró-Brexit. Depois da votação, resolveu repensar o assunto.
NÃO ADIANTA COROA
O torneio de Wimbledon é um evento tão fechado, que nem a família real apita por lá. Na festa dos campeões, na noite de encerramento, só são convidados os campeões atuais e os de anos anteriores – e ninguém de sangue azul.
A brasileira Maria Esther Bueno, tricampeã, foi presença concorrida neste ano no jantar de gala do tênis para festejar Andy Murray e Serena Williams, os novos detentores do troféu.
Maria Esther tem tanto prestígio por aqui, que, durante a competição, fica hospedada na casa do duque de Kent, primo da rainha e presidente do All England Lawn Tennis and Croquet Club, o clube que abriga o Grand Slam.
A DUQUESA E A ESTILISTA
A gaúcha Barbara Casasola ficou sabendo em uma rede social que Kate Middleton, a duquesa de Cambridge, usou um vestido da sua coleção de verão.
– Foi uma bela surpresa – me contou Barbara, direto de seu ateliê em Chelsea. – E, é claro, fiquei honrada!
Barbara não é surpresa na moda internacional. As criações de sua grife homônima são vendidas nas araras de butiques bacanas de Londres, como Bluebird e Joseph. Há 11 anos fora do Brasil, morou em Milão, Florença, Paris e Londres e trabalhou com Roberto Cavalli.
No Brasil, o vestido pode ser comprado no site farfetch.com.br.