Vejam só, isto é relevante para nós, brasileiros.
Mediante a invasão de autopeças e de carros brasileiros na Argentina, o Senado desse país aprovou projeto para incentivar o mercado automotivo local.
A aprovação ocorreu por unanimidade e com apoio do governo.
O presidente Mauricio Macri estima que serão criados 27 mil postos de trabalho.
A lei já havia sido aprovada em primeiro turno de votações, na Câmara.
Haverá desconto fiscal, de entre 4% e 15%, às empresas que aumentarem o conteúdo nacional. Tudo vai variar de acordo com a quantidade de peças.
O economista argentino Gonzalo Dalmasso disse para a Folhapress que a medida é similar à brasileira Inovar-Auto e dificulta a integração do Mercosul.
- Toda medida de caráter nacional que não inclui um tratamento igualitário aos países do bloco vai contra a integração - disse Dalmasso.
Hmmm...
O programa argentino surpreendeu o mercado. Toda a aposta era de que, sob Mauricio Macri, haveria medidas menos protecionistas.
Nos 12 anos de kirchnerismo, a Argentina fechou gradualmente seu mercado.
Macri até sinaliza com uma abertura maior. Ainda assim, mantém algumas atitudes protecionistas. Com isso, responde à crise econômica do país, que tem impactado no emprego. No primeiro trimestre deste ano, o PIB recuou 0,7% na comparação com o último de 2015. A queda no emprego do setor privado também foi de 0,7% em abril ante o mesmo mês do ano passado.
E, claro, a indústria automotiva é uma das mais prejudicadas.
O peso está valorizado, o real está enfraquecido.
Enquanto as vendas de veículos e autopeças do Brasil para a Argentina aumentaram 15% nos cinco primeiros meses de 2016, a produção Argentina recuou 12,5%. A crise no Brasil, o maior mercado das exportações argentinas, é mais um entrave. Puxadas pela retração do consumo brasileiro, as vendas internacionais de veículos da Argentina caíram 26,5% até maio.
Ou seja, o que foi aprovado ontem é uma espécie de socorro.