Opa! Virada no Peru?
Na reportagem deste fim de semana em Zero Hora, os analistas diziam: a diferença entre Keiko Fujimori e Pedro Pablo Kuczynski (o PPK) diminuía, as manifestações de rua eram eloquentes, a união contra a filha de Alberto Fujimori era ampla e forte e, por fim, havia ainda 20% de indecisos em um ambiente de rejeição ao fujimorismo.
Pois bem... agora parece que certa lógica começa a imperar.
O Peru aparentemente acordou. O Peru parece querer PPK.
Keiko e PPK, de acordo com pesquisas divulgadas neste sábado, chegam empatados. Mas há dois detalhes: 1) há uma leve vantagem para PPK, dentro da margem de erro; 2) a tendência é de que PPK cresça.
De acordo com uma simulação de voto realizada pelo Ipsos, PPK atingiu 50,4% dos votos válidos contra 49,6% para Keiko. O quadro é de virada, porque Keiko vinha liderando e perdendo a vantagem. A margem de erro é de 1,8 ponto percentual. Foram entrevistados em todo o país 7.260 eleitores.
– A brecha pode aumentar amanhã (domingo) se continuar a tendência de crescimento de Kuczynski ou se reverter, se o ativismo da militância da Fuerza Popular (partido de Fujimori) conseguir aumentar a participação eleitoral e a participação ao seu favor no interior do país – diz, para a agência France Presse, Alfredo Torres, presidente-executivo da Ipsos Peru.
Já o levantamento do instituto Gfk, atribui a PPK 51,1% dos votos contra 48,9% de Keiko. A margem de erro é de 1,6 ponto percentual.
Keiko é filha do ex-presidente Alberto Fujimori (1990-2000), condenado por crimes de corrupção e contra a humanidade, e conta com um sólido apoio das classes populares. Aparecia como a favorita nas últimas semanas. PPK é vinculado a grandes empresas, embora tenha capitalizado nos últimos dias o voto antifujimorista e recebido o apoio da maioria dos candidatos derrotados no primeiro turno - especialmente da esquerda -, que consideram o retorno do fujimorismo prejudicial para o país.
Vinte e três milhões de peruanos estão habilitados a eleger no domingo quem governará o país no período 2016-2021. O voto é obrigatório no país.