Pra nós, brasileiros, claro que a eleição peruana se presta a muitos trocadilhos no momento em que o Peru cumpre a tradição bíblica de eleger PPK. "Peru", "PPK", "racha", "rachadura", "boca de urna", "Kuczynski" (ou PPK, tanto faz...), "disputa apertada", "endurecer na economia", "país em alerta", "ereções 2016", ora bolas, tudo é motivo de trocadilho de acordo com o português brasileiro.
Dá vontade de avisar os peruanos pra eles se vingarem: "E no Brasil, onde vocês vivem com essas felações premiadas?!!" - da Avenida Farrapos para o mundo...
Meu mais recente tuíte (conta @Leogerchmann) foi este:
Racha no Peru!! C/ 97,1% dos votos apurados, PPK tem 50,14%, e Keiko Fujimori, 49,86%. Tendência ainda é de q/ Peru escolha PPK.
Mas agora, falando bem sério e deixando de lado as frases mais picantes, a verdade é que a América do Sul está mesmo rachada. Temos uma região dividida entre duas concepções políticas.
Até não é exatamente o caso do Peru, onde tanto Pedro Pablo Kuczynski (o PPK) quanto Keiko Fujimori têm visão econômica liberal. A diferença é que PPK representa a unidade contra o fujimorismo, com suas lembranças de autoritarismo, corrupção e desrespeito aos direitos humanos.
O que este colunista deseja, para o Brasil, para a Venezuela, para a Argentina, para o Peru e para a Colômbia que tenta emplacar um acordo de paz?
Que todos encontrem o rumo da concórdia e do diálogo. É a única solução.
Mas vejamos abaixo o quanto nossos países estão dividindo, observando os resultados das mais recentes eleições em diversos países.
1) Venezuela, 2013
Nicolás Maduro: 50,61%
Henrique Capriles: 49.12%
2) Brasil, 2014
Dilma Rousseff: 51,64%
Aécio Neves: 48,36%
3) Argentina, 2015
Mauricio Macri: 51.34%
Daniel Scioli: 48.66