"Preteou o olho da gateada." A peculiar expressão gaudéria, que define tão bem quando a "situação complicou", é perfeita para o momento político de David Cameron. O primeiro-ministro inglês está sob grande pressão a menos de 20 dias do referendo que definirá se o Reino Unido permanece ou não na União Europeia.
Ele defende que a Inglaterra fique no bloco. Mas, nesta reta final, as pesquisas não apontam certeza de vitória. A consulta mais animadora para Cameron, de fim de maio, dava vantagem de apenas 3%.
Como a oposição é cada vez mais ácida no partido do premier – o ministro da Justiça, Michael Gove, anda soltando o verbo –, a renúncia de Cameron é assunto discutido abertamente.
Perdendo o referendo, ou seja, se a Inglaterra decidir pela saída do bloco, a situação ficaria insustentável, analisam os mais experientes, e ele seria pressionado a renunciar.
Já para algumas lideranças do Partido Conservador, a renúncia deveria ocorrer não importando o resultado. Com a forte oposição de deputados e ministros da sua sigla, mesmo que Cameron saia vitorioso, ele deveria renunciar – especialmente se ganhar com uma margem tão apertada como mostram as pesquisas.
O referendo e a previsão do tempo
O bloco está na rua para a votação do dia 23 de junho. Dos dois lados, o foco é fazer com que os eleitores se registrem e compareçam para votar.
Na Inglaterra, o voto não é obrigatório – o que leva as autoridades a facilitarem o processo de todas as formas para garantir a participação da população. É possível votar pelo correio e até mesmo designar um procurador. Pode-se votar das 7h às 22h. Mas a eleição ocorre em um dia normal de expediente no trabalho.
Outro fator que influencia muito é a previsão do tempo. Em um dia de sol, especialmente o eleitor mais jovem tende a não comparecer.
PARA INGLÊS VER
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