Capa do jornal argentino "Olé" causou forte polêmica hoje.
O título diz "mão negra". O juiz, negro, foi acusado de interferir no resultado que tirou o argentino Huracán da Libertadores, em derrota para o Nacional, de Medellín. O Huracán reclamou do pênalti de Bogado em Guerra marcado pelo juiz José Argote, no primeiro tempo, assim como a expulsão de Mancinelli, aos sete minutos da etapa final. A manchete do jornal aparece ao lado da foto.
Na verdade, repare que está bem ao lado da própria mão do juiz.
Este colunista pôs a capa no Twitter desde cedo. Muitas pessoas ficaram escandalizadas. Outras, poucas, procuraram justificar. Como justificam? Dizendo que "mano negra" é o mesmo que "roubo".
Ok, este colunista, que já viveu em Buenos Aires, conhece essa expressão.
A questão é a seguinte: proposital ou não, ficou um trocadilho triste e infame.
Aqui o tuíte que este colunista escreveu na primeira hora da manhã:
"Uma das capas mais infelizes da história do jornalismo. Que horror!!"
Mesmo que tenha sido involuntária a junção do título com a imagem, no mínimo se trata de uma grande coincidência. E o resultado, sim, é desastroso.
Amigo deste colunista, o jornalista Ariel Palacios teve a mesma impressão:
- O termo “mão negra” no mundo hispânico está sempre ligado a conspirações. Há outra expressão que é “monge negro”, em referência a alguém que atua na surdina, quase sempre vinculado dentro de um governo. No entanto, essa manchete do “Olé”, em que aparece o árbitro José Argote, que é negro, levando em conta que o Olé costuma fazer trocadilhos e também o precedente de comentários racistas do "Olé" nestes últimos 20 anos, a minha tendência pessoal é achar que existe algo de racismo nesse jogo de palavras – disse Ariel no programa "Redação SporTV".
E você, o que acha?