Debate do seu Mércio com amigos, dia desses, no bar do Ananias, na Aberta dos Morros: qual foi a pior invenção da humanidade? Seu Mércio defendeu que foi o Fiat 147. Ele sabe bem, porque teve um 147 de quinta mão, adquirido com o dinheirinho que juntou como guarda de rua.
A segunda pior invenção é da mesma família, a Fiat Elba. Pois Collor caiu em 1992 porque acharam a sua Fiat Elba. O cheque de uma conta suspeita de PC Farias, tesoureiro da campanha de Collor, foi usado para comprar a Elba e também para reformas na Casa da Dinda. O pior carro do mundo derrubava um presidente.
Agora, seu Mércio ficou sabendo que acharam o barco de Lula. O barco conduz ao sítio que o presidente frequenta em Atibaia e pode levar às empreiteiras que teriam feito reformas no lugar, a OAS ou a Odebrecht, não se sabe direito.
Dona Marisa Letícia comprou o barco (apareceu uma nota com seu nome), em setembro de 2013, e mandou entregarem no sítio que o Ministério Público suspeita que seja de Lula. O barco seria a Fiat Elba de Lula. O sítio seria a Casa da Dinda.
E o que acontecerá? Pode acontecer o que seu Mércio previu e foi publicado aqui neste espaço no dia 2 de novembro. Esta é a frase do seu Mércio: "Vão prender Lula. E será logo".
O barco de alumínio de cinco metros, com três travessas de bancos, sem motor e sem velas, borda alta, um remo e piso antiderrapante, custou R$ 4.126. É o iate de Lula. O nome do modelo, escrito na lata, Squalus 600, é de uma espécie de tubarão de pequeno porte, quase um cação. Lula, tubarão _ faz sentido.
Seu Mércio imagina Lula usufruindo do seu Squaluzinho nos fins de semana, num açude de Atibaia, como se fosse um tubarão de Angra dos Reis num cruzeiro pelo Caribe. O guarda de rua "das Aberta" dá então um palpite: por que Lula, ao invés de pescar, não optou por voar? Por que, ao invés de um sítio, não comprou logo uma fazenda e um avião e não construiu um aeroporto ao lado (com dinheiro público), no latifúndio de algum parente?
O cerco a Lula é implacável. Finalmente pode ser preso porque um dia alguém da família quis ter um barco de alumínio. Seu Mércio olha para Panfílio catando minhocas e se interroga: e os outros barcões de outros conhecidos navegadores de águas turvas?
Mas aí até o sabiá Panfílio sabe a resposta. É muito difícil conseguir as notas dos barcos. Os outros sempre navegaram sem nota, sem lenço e sem documento. E vão continuar navegando e voando sem a ameaça de nenhuma ventania.