Grande expectativa pela visita do Papa Francisco, neste domingo, à Sinagoga de Roma. Quem fez o alerta a este colunista foi o amigo Carlos Alberto de Souza, colega de sucursal, por muitos anos, no jornal Folha de S. Paulo. O episódio será uma tremenda demonstração de convivência entre crenças.
Será a terceira visita de um pontífice ao Templo Maior da capital italiana após a primeira visita histórica de São João Paulo II em 1986 e a do Papa Bento XVI, em 2010. A Rádio Vaticano transmite o evento a partir das 12h55min, horário de Brasília. Sobre as expectativas para esta visita, a Rádio Vaticano ouviu o Rabino-chefe da comunidade judaica de Roma, Riccardo Di Segni. Leia aqui a entrevista. Vale a pena.
Aqui, a entrevista da Rádio Vaticano:
- É um convite que foi feito apenas Francisco foi eleito, com toda a calma necessária para poder programá-la, me parecia importante que também este Papa ultrapassasse as portas da Sinagoga, após seus dois predecessores. Um convite necessário e feito com simpatia.
- O senhor pode nos antecipar como se desenvolverá, em termos gerais, a visita?
- Essencialmente, haverá uma homenagem às memórias da deportação e do ataque à Sinagoga. Em seguida, a cerimônia terá lugar dentro do Tempo com uma entrada muito longa, no sentido de que, precisamente por desejo do Papa, ele mesmo vai parar para apertar a mão do maior número de pessoas possível. Em seguida, haverá discursos oficiais.
- E quais pessoas da comunidade encontrará o Papa durante sua visita?
- Ele vai encontrar os representantes das organizações e instituições que se ocupam dos vários setores organizativos, representativos e educativos da comunidade; Ela irá encontrar também representantes do judaísmo mundial que vêm especialmente para a ocasião; muitos rabinos, sejam italianos, sejam israelenses, e o presidente dos Rabinos europeus.
- Também os ex-deportados?
- Certamente.
- Quais as diferenças com as visitas dos predecessores do Papa Francisco?
- Cada um desses Papas tem sua própria personalidade e se coloca em um momento histórico diferente. Assim, a primeira visita de João Paulo II foi um acontecimento memorável, revolucionário; a segunda visita quis sinalizar um desejo de continuidade no estilo próprio de Bento VI, de se relacionar com o judaísmo. E esta terceira representa de alguma forma o estilo deste Papa: a sua história e o seu caráter.
- Neste particular momento histórico, qual a mensagem que virá deste encontro?
- Eu acho que devemos enviar uma mensagem fundamental, de que as diferenças religiosas são uma riqueza para a sociedade, trazem a paz, trazem progresso e, portanto, falando de modo oposto ao que está acontecendo com outros alarmantes sinais provenientes de outros mundos religiosos.