A segunda entrevista de Tite na Copa foi menos natural e mais cautelosa do que aquela antecedendo à estreia contra Sérvia. Embora a vitória segura e encantadora autorizasse mais dentes à mostra, o treinador brasileiro preferiu respostas gerais e conceituais. Não estava mal-humorado, só cuidadoso.
Sabe o grupo de pagode contemporâneo cheio de sucessos chamado Menos É Mais? Tite foi nesta levada antes de enfrentar a Suíça. Não anteciparia mesmo se Éder Militão ou Daniel Alves, nem definiria Fred ou Rodrygo. Rodou em considerações que se distanciavam do centro da pergunta, só arriscou resposta mais pessoal para reconhecer que errou ao não ter na manga a última substituição quando Danilo se machucou.
Aproveitou o gancho para enaltecer de novo o espírito de grupo do seu lateral-direito e do seu protagonista. É convicção de Tite que Neymar joga a Copa, ainda que sua crença não se sustente plenamente nesta fase da recuperação. A escolha que já fez para seu lugar e só não divulgou está certa seja ela qual for.
Se fosse Rodrygo, manteria no máximo patamar a ofensividade de sua equipe contra uma Suíça que não vai arriscar nada. Sendo Fred o eleito, Paquetá é empurrado para frente. Neste caso, jogaria em função parecida com a que desempenha no seu clube na Inglaterra. A equipe brasileira perde audácia e ganha segurança neste desenho. Na lateral, Daniel Alves privilegiaria construção vinda de trás. Caso jogue Éder Militão, os homens da frente ficarão menos obrigados ao combate sem a bola.
A escolha que faça em qualquer das posições em aberto estará certa. Em nenhum dos casos há uma opção correta e outra errada. São apenas diferentes.