Foi um Tite sério e disposto a passar a limpo a eliminação na Copa da Rússia que anunciou sua primeira convocação do novo ciclo da Seleção. A lista equilibra jogadores experimentados e emergentes. A primeira turma vai sustentar a segunda.
Para o futebol gaúcho, o que chamou a atenção foi a convocação que faz justiça a Everton, atacante que virou protagonista no Grêmio desde o início deste ano. Everton não será titular, joga na posição de Neymar, mas estar na lista faz brilhar o olho – para usar uma expressão reiterada de Tite –, o jogador muda de status e isso o ajuda a crescer em maturidade e relevância.
A renovação da defesa será a parte mais penosa do trabalho que reinicia. Do meio para a frente, tem muita gente talentosa. Gabriel Jesus, por exemplo, sobrou da lista, o que não significa que sobrará eternamente. Foi respeitado o momento de Firmino e a fulminante ascensão de Pedro, do Fluminense.
Tite é cuidadoso, zeloso, competente e sabe que não parte mais da unanimidade que chegou a ter antes da Copa. Não houve nenhum clamor pela sua saída e houve, sim, aprovação pela sua permanência. Porém, é certo que o treinador vai estar sob um olhar mais crítico do que recebia até agora.
Conhecendo Tite como imagino conhecer, ele responderá plenamente, desafiado que está pela eliminação precoce na Copa. Falei com ele ainda quarta-feira no Maracanã, parecia mais inconformado com a saída antecipada na Rússia do que na coletiva depois da derrota para a Bélgica.
Maior que sua inconformidade, só sua vontade de trabalhar e acertar desta vez. Eu acredito.