Presidente nacional do Sebrae, Décio Lima contou à coluna nesta quinta-feira (29) que já havia sido chamado ao RS pelo ministro da Reconstrução, Paulo Pimenta, mas preferiu deixar esse momento para quando tivesse algo a entregar. Desembarcou na Expointer a bordo de R$ 1 bilhão em garantia do Sebrae para, em tese, destravar a concessão de crédito para esses segmentos.
O RS precisa de ajuda que chegue, o que o Sebrae está fazendo para tentar tornar mais fluido esse processo?
Bom, primeiro que o Sebrae não veio aqui por uma narrativa. O Sebrae vem aqui para fazer uma entrega efetiva. Inclusive, o ministro Paulo Pimenta, nesse período, ficou extremamente ansioso porque queria que eu viesse antes. Eu disse, 'calma, porque a nossa chegada ao RS é para entregar'. E é por isso que somos a sexta marca de maior credibilidade hoje no Brasil, porque ao mesmo tempo que o Sebrae é uma porta de sonhos, são sonhos que se concretizam. Você pode andar por todos os cantinhos do Brasil, você não vai ouvir ninguém atacar o Sebrae.
Então o RS pode contar com o Sebrae?
Então, a minha presença aqui para consolidar uma reivindicação que desde o começo o ministro Paulo Pimenta nos fez, de trazer para cá a nossa musculatura dentro de tudo aquilo que a gente pudesse reunir do ponto de vista da solidariedade. E os números expressos são isso. Esse resultado que vamos agora alcançar nos micro e pequenos empreendedores é expressivo. Esse valor para o RS é igual a tudo que destinamos para todo o Brasil no ano passado. Vou te dar um número. Só no ano passado, o Sebrae conseguiu atender 34 milhões de brasileiros e brasileiras. Então, a nossa capacidade hoje, do ponto de vista de oferecer um crédito assistido, é sem igual. É um processo que desenvolvemos também nesse novo ambiente do Sebrae. Toda essa estrutura está disponibilizada agora para oferecermos aquilo que é importante, que é o crédito assistido.
Como e quando esse R$ 1 bilhão vão chegar?
Já chegou, eu trouxe. Agora, cabe a gente entregar. A grande dificuldade que o RS vai ter, que eu não acredito ser grande, é fazer esse crédito chegar na mão das pessoas, porque não tem cultura de crédito. Então, por exemplo, as pessoas não vão buscar o crédito, porque acham que precisa levar um avalista. Já começa por aí. Então, vamos agora construir a narrativa, a propaganda, o envolvimento dos órgãos da política de crédito, todo o sistema cooperativado, Banco do Brasil, Caixa Econômica, bancos públicos.
O dinheiro vai chegar via esses bancos?
Sim, porque o Sebrae não é agente financeiro.
É que um dos problemas que o Estado enfrenta, o fluxo nos bancos.
Bom, se alguém tiver alguma dificuldade, procure o Sebrae na sua cidade. A maioria das cidades do Rio Grande do Sul tem já uma rica experiência de parceria institucionalizada com os nossos programas. Então, não vai ter dificuldade. Todas as cidades do Rio Grande do Sul têm cooperativas de crédito, seja do sistema do Sicredi, seja do sistema da Cresol. É o balcão de entrada. É pedir o crédito, e o crédito vai estar disponível.
Esse bilhão é só para o produtor rural ou é para todo mundo?
Para todo mundo. Para todo micro e pequeno empreendedor. Quem é MEI, quem está no Super Simples, quem faz parte dessa pauta que nós representamos no Sebrae.
E, por exemplo, você disse que o dinheiro já veio, já está aqui.
O dinheiro já está na mão do sistema financeiro. O que trouxemos é o fundo garantidor. O fundo garantidor vai pulverizar o dinheiro, porque todo banqueiro quer dar o crédito. Estou dando a garantia.
Leia mais na coluna de Marta Sfredo