Publicado nesta segunda-feira (18) pelo Banco Central, o Índice de Atividade Econômica do BC (IBC-Br) de janeiro mostrou alta acima do esperado, de 0,6% em relação ao mês anterior e de robustos 3,4% na comparação com janeiro de 2023.
Associado ao resultado também acima das expectativas do IPCA de fevereiro, que subiu 0,83%, reforça a estratégia gradualista do BC na redução do juro e também expectativas de mudanças no tom do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC).
Ao confirmar as projeções de que ocorra, na quarta-feira (20), o sexto corte de 0,5 ponto percentual no juro básico, de 11,25% para 10,75% ao ano, o comunicado pode não repetir a expressão "cortes de igual magnitude" nas próximas reuniões.
A combinação de inflação e atividade resilientes avalizam a estratégia de cortes a conta-gotas do Copom. Para lembrar, o papel do juro alto é exatamente frear o ritmo da economia para permitir redução da inflação. Pelos dados, o freio não foi tão drástico, embora tenha provocado de fato a desaceleração da remarcação de preços. Mas também é preciso lembrar que o custo para o consumidor não caiu: segue subindo, só de forma mais moderada.
Conforme o economista André Perfeito, o resultado do IBC-Br reforça tanto a perspectiva de retirada da "garantia" de novo corte de 0,5 ponto percentual na reunião de maio quanto a tendência de que a maioria dos colegas incorpore a seus modelos uma atividade mais forte no ano.
— A "conta-erro" dessas revisões será uma inflação mais resiliente neste ano.
Perfeito não descarta, ainda, que se de fato o Copom retirar a expressão "de igual magnitute", o mercado passe a rever a projeção de Selic de 9% no final de ano. A expectativa do economista é de que o juro básico feche 2024 em 9,75%.