Nome à frente da Associação Internacional de Parques Científicos e Áreas de Inovação (Iasp), Ebba Lund avalia o ecossistema de inovação da capital gaúcha. Para a CEO, que esteve no South Summit, Porto Alegre é um exemplo para o mundo por construir uma rede de colaboração potente. O diferencial, segundo ela, está em levar em conta a dimensão social das novas tecnologias, não apenas "perseguir unicórnios", startups com valor de mercado acima de US$ 1 bilhão.
Qual é o papel dos parques tecnológicos no desenvolvimento da inovação?
Há muitos anos que os parques tecnológicos desempenham o papel de motores da inovação, ligando as universidades e o mundo acadêmico aos cidadãos. Agora temos multiplicidade de agentes da inovação. E há uma sinergia, uma amplitude de possibilidades de relações, de parcerias que estão impulsionando a inovação. Neste South Summit, estão presentes cerca de em 80 países. É um exemplo para outros parques de inovação no mundo ver como uma cidade tem uma rede de colaboração tão potente.
Como tem se transformado o papel dos parques de inovação?
São espaços cada vez mais híbridos, trabalhando com a cidade, que já não quer ser apenas uma observadora passiva, mas trabalhar em conjunto com os agentes de inovação. Isso abre muitas portas. Posiciona a cidade no mundo e ajuda a extrair valor das redes, o que é muito importante para os empreendedores.
Como os parques tecnológicos do Rio Grande do Sul são vistos pelo mundo?
O Brasil já é muito conhecido, mas certamente Porto Alegre, por causa dessa relação forte que está construindo com a inovação, já está entre as áreas mais relevantes. A inovação é uma área que o intercâmbio de conhecimentos é fundamental, e os parques do Rio Grande do Sul são importantes para isso.
Em um novo arranjo de agentes de inovação, qual é o papel da inteligência artificial?
Há sempre espaço para a inovação, inclusive para os cidadãos. Não adianta só perseguir unicórnios, é preciso ter a dimensão social e as coisas que também fazem sentido para cidadãos. E, para isso, a inteligência artificial pode ajudar. Há boas oportunidades, mas é preciso monitorar.
*Colaborou João Pedro Cecchini