Principal responsável pela gestão do Grupo Flow, uma das maiores startups de podcasts do país, Sarah Buchwitz faz o caminho contrário em relação à maioria dos executivos. Ela saiu de um cargo de líder de marketing da Mastercard para assumir como CEO de uma startup. Esse movimento, para ela, foi natural, mesmo visto com estranheza por outras pessoas, como relata. As mídias digitais têm assumido um papel de protagonismo no dia a dia das pessoas, e Buchwitz encara o novo desafio.
Como foi sair de uma empresa supertradicional, como o Mastercard, e ir para uma empresa ainda em crescimento?
Comecei a buscar coisas diferentes, que poderiam me levar a outro momento de carreira, que me trouxessem desafios. Sempre me preparei para a posição de CEO, sou economista de formação, e o Flow me pareceu uma transição. As pessoas até acham esquisito, mas foi algo planejado. Já tinha um conhecimento de mercado sobre o Flow. Já trabalhei em uma empresa de mídia também, que é a ESPN. E sempre quis trabalhar com conteúdo e em uma startup. Hoje, eu vejo o Flow como uma startup, a forma de trabalhar ainda é como uma startup.
Quais são as diferenças entre trabalhar em uma empresa tradicional e em uma startup?
Saio de uma empresa mais estruturada, de organização matricial para um empresa que também tem os seus processos, a sua governança, mas onde eu vejo as maiores mudanças no meu dia a dia é, sem dúvida, a autonomia. Pela minha posição como CEO, mas também pelo tipo de empresa que é o Flow, trabalhamos com muita autonomia e colaboração. E também a velocidade na tomada de decisão, que é uma coisa muito característica das startups, principalmente das startups de mídia.
Qual a importância de líderes de empresas irem em podcasts? Com quem querem falar?
O podcast virou uma nova mídia, os brasileiros adotaram muito. De antes da pandemia até hoje, a audiência aumentou em 300%. É um formato de fácil absorção, é uma conversa. É importante trazer líderes de empresas para dar visibilidade, oportunidade para as pessoas aprenderem com a experiência dos outros, se inspirarem em diferentes histórias. O podcast também é um tipo de mídia que, por ter maior duração, o entrevistado consegue passar uma mensagem mais profunda. Um executivo ou uma marca que está em um podcast, por exemplo, pode trazer mais detalhes de ações, da empresa. É um formato bem vantajoso para quem vai, quem assiste e quem produz.
Precisa investir pesado para aderir ao "futuro da comunicação"?
A inteligência artificial vai facilitar a digitalização das empresas em qualquer indústria. Vamos ter mais criadores de conteúdo, com menor custo de produção e com mais visibilidade. Com a IA, você vai conseguir produzir o que sonhava.
Por onde começar essa digitalização?
Sempre gosto de começar pela pessoa, pelo consumidor, pela comunidade. O primeiro olhar é para o conteúdo, que tenha qualidade e relevância para a comunidade com que se quer falar.
*Colaborou João Pedro Cecchini