O mercado financeiro havia escolhido partir para o feriado otimista. Na segunda-feira (14), investidores e especuladores ouviram falar de uma PEC da Transição mais moderada e fizeram a bolsa subir e o dólar cair.
Nesta quarta-feira (16), com a retomada das atividades, até o final do pregão não houve nem sinal de PEC - havia informação de que a equipe precisava de "mais tempo", e só agora o esboço foi compartilhado com o grupo temático de Economia - nem de moderação. Qual o resultado? A bolsa caiu e o dólar subiu.
No câmbio, a alta de 1,55% levou a moeda americana a R$ 5,382. O Ibovespa mergulhou 2,58%, para 210.243 pontos. Houve até certa despiora no final do pregão. Meia hora antes do fechamento, o índice chegou a perder o nível de 110 mil pontos, com queda percentual de quase 3%.
O que o mercado sabia, até o encerramento das operações, era de que a PEC encaminharia pedido para deixar fora do teto de gastos R$ 175 bilhões anuais, para o Bolsa Família turbinado - com R$ 150 extras por criança abaixo de seis anos - do presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva.
Durante o dia, chegou a circular a versão de que a PEC traria um "jabuti" - a proliferação desses animais em Brasília tem de ser estudada pela ciência. Seria livrar o teto o gasto com o Auxílio Brasil ainda neste ano. Isso permitiria pagar parte do "orçamento secreto" que está contingenciada, estimada em R$ 7 bilhões. Mesmo considerando que a proposta traga certa "gordura" para ser negociada com o Congresso, os sinais não agradaram.