Desde a criação da política de licença parental da startup Loft, em 2020, 86 pessoas aproveitaram o benefício para cuidar de seus filhos recém nascidos. O benefício se trata da licença maternidade ou paternidade de seis meses. Ao longo de dois anos, 62 homens e 24 mulheres se afastaram de suas funções de forma remunerada.
A Loft, que é uma startup que facilita a compra de apartamentos por meio de uma experiência digital e com preços e informações verificados, foi a pioneira em igualar o período de licença para papais e mamães e ainda, é a única empresa do mercado a obrigar o homem a ficar pelo menos dois meses diretos de licença.
– Essa foi uma importante mudança de pensamento dentro da Loft. O objetivo de igualar o tempo de licença é de igualar também o custo dos funcionários homens e mulheres, a fim de promover uma mudança cultural e atuar para reduzir a diferença entre os gêneros e, dessa forma, recrutar e reter os melhores talentos sem considerar restrições impostas socialmente – diz Renata Feijó, Diretora de RH da Loft.
A executiva avalia que a licença parental é um benefício que ajuda a reforçar a política de retenção de talentos, já que o tempo médio de casa dos colaboradores que gozaram da licença aumenta em 30%.
– Antes de entrar nas empresas, as pessoas avaliam os benefícios aos quais terão direito. E quando mamães e papais têm voltam às suas funções, sem nenhum prejuízo à sua carreira, isso proporciona uma sensação de segurança e satisfação no trabalho. É o ganha-ganha, porque colaboradores satisfeitos têm desempenho melhor – comenta.
Como funciona
A licença parental na Loft pode ser dividida em dois períodos. As mulheres ficam afastadas de suas atividades por quatro meses seguidos, respeitando a legislação. Já os homens se ausentam do trabalho por pelo menos dois meses de forma compulsória. O período restante não utilizado poderá ser desfrutado dentro de um ano, a partir do nascimento ou adoção da criança. Essas regras também valem para casais homoafetivos.
Segundo Loft, a maioria das mulheres optou por se licenciar durante os seis meses de forma direta. E pelo menos cinco papais tiraram a licença parental durante os seis meses, o que é algo ainda novo no mercado de trabalho.
Licença foi essencial para criar conexão com a filha
O engenheiro de software na Loft, Marciel Torres, gaúcho, 32 anos, tirou os primeiros dois meses da licença paternidade para cuidar da sua primeira filha, Catarina, que está com cinco meses, ao lado de sua esposa Daiane. Marciel conta que soube do benefício pelo blog da empresa e que foi essencial para decidir aceitar a proposta da Loft.
– Um dos maiores motivos para entrar na Loft foi devido ao momento de vida que estou, de ser pai, a família é prioridade. Eu vou tirar os últimos quatros meses da licença mais para o fim do ano, porque quero aproveitar a minha filha em uma época do ano mais quente, no verão – conta Marciel, que é gaúcho e mora com a família em Arroio do Sal, litoral do Rio Grande do Sul.
Marciel lembra que o primeiro mês sendo pai de primeira viagem foi desafiador, e que estar 100% dedicado para a sua família fez toda a diferença para cumprir com suas tarefas de marido e criar laços afetivos com a filha.
– Ela é uma criança muito tranquila, mas mesmo assim, tem toda uma operação de criança, casa e dois cachorros. Vivemos um dia de cada vez. O ponto principal é a ligação que fiz com a Catarina que certamente foi por causa desses dois meses que fiquei focado nela. Não teve um momento que eu perdi. E tem o outro lado de ser pai e poder participar e ser parceiro mesmo. Faz toda a diferença – relata o engenheiro.