Começa pelo nome – No Bad Shoes (pode ser entendido como "nada de sapatos ruins" ou "sapatos nada ruins") – a lista de diferenças da empresa calçadista gaúcha que se prepara para exportar para os Estados Unidos e Europa.
Nada é tradicional, nem a origem – Caxias do Sul, longe do polo calçadista gaúcho - nem o produto: nada de couro, saltos, pedras ou brilhos. São sapatos e acessórios focados no bem-estar dos pés.
Com essa lista de inovações, a No Bad Shoes vai abrir 2022 desbravando novos mercados. Teve apoio do projeto Export Insight, do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae-RS) para iniciar a distribuição dos seus produtos nos Estados Unidos.
A marca vai participar de duas feiras, uma no Texas, entre 11 e 14 de janeiro, e outra na Geórgia, entre 1º e 5 de fevereiro. Outro objetivo é ampliar as vendas em Portugal, depois de entregas pontuais feitas em Lisboa. Segundo Marcela Sperb Moraes, que fundou a marca ao lado das irmãs Daniela e Fernanda, a empresa conheceu o Export Insight em julho deste ano:
— Tivemos um intensivo de cerca de 90 dias com o Sebrae, mas desde o início, desenhamos a No Bad Shoes para se tornar uma marca internacional. Inclusive, nosso domínio é nobadshoes.com, pensando em facilitar o acesso em todo o mundo.
No mercado desde 2019, a empresa vende produtos voltados para o conforto e bem-estar dos pés. O carro-chefe é a sapatilha sustentável Hydra Therme (foto acima), que responde por 70% das vendas.
Em 2021, a marca ampliou em 60% o volume de vendas em relação ao ano passado. Marcela detalha que, no primeiro ano da pandemia, ter o e-commerce como principal canal de venda foi fundamental. A sapatilha Hydra foi lançada durante o período de restrições, como um produto pensando para "ficar em casa".
Atualmente, São Paulo é o principal mercado da No Bad Shoes, concentrando 45% do volume de vendas, seguido de Minas Gerais, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul.
— Iniciamos com mais vendas entre os gaúchos, mas a marca cresceu e se tornou mais conhecida em São Paulo, onde o mercado é maior. Por outro lado, aqui no Estado estabelecemos parcerias importantes com empresas que revendem nossos produtos — pondera Marcela.
O projeto Export Insight atende a 12 marcas de moda com sede no Estado, que têm como meta exportar produtos. As atividades de mentoria com a No Bad Shoes seguem até março de 2022. Segundo a gestora de projetos do Sebrae-RS, Daniela Santos Machado, o objetivo é aproximar empresas gaúchas de mercados potenciais.
* Colaborou Camila Silva