Ele já foi exemplo de sucesso nacional. Virou símbolo das consequências do excesso de ambição e da falta de escrúpulos. Teve seus preciosos carros de luxo apreendidos, foi preso e condenado.
Agora, voltou aos holofotes. A valorização atípica nas ações de empresas nas quais Eike Batista manteve participação provocou um pedido de investigação à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) sobre essas atividades. Em menos de um mês, a MMX (mineração) subiu 800%, e a OSX (construção naval), 240%.
A manipulação do mercado financeiro foi o crime pelo qual Eike Batista foi condenado a oito anos em regime semiaberto. Por isso mesmo, foi proibido pela CVM de administrar companhias com ações negociadas na bolsa. Toda essa movimentação, no entanto, levantou a suspeita de que Eike esteja tentando retomar o controle desses negócios.
Alvo da Operação Lava-Jato em 2o16, Eike teve seu auge há 10 anos, quando chegou a ser um dos 10 mais rico do mundo. Seu império X começou a ruir quando o mercado financeiro percebeu que seu valor era mais teórico do que real. A Associação Brasileira de Investidores (Abradin) protocolou na CVM um pedido de investigação sobre as negociações com os papéis das duas empresas. As ações da MMX decolaram de R$ 1,83 no dia 5 para R$ 36 no dia 13 deste mês. No mesmo intervalo, as da OSX saltaram de R$ 4,63 para R$ 21.
A MMX já teve até falência decretada. Não tem qualquer operação, e ao responder pedido de explicações, alegou ter pedido à Justiça para voltar a explorar ferro em Corumbá (MS). O movimento ocorre quando o minério está valorizado e disputado, com alta acumulada de cerca de 30% neste ano. Vai ver, Eike se entusiasmou com a informação de que a Lava-Jato acabou.
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