Pouco mais de um ano depois de homologado, o processo de recuperação judicial da Eneva, empresa de geração de energia criada a partir da aquisição, pelo grupo alemão E.ON, da MPX de Eike Batista, foi encerrado pela Justiça do Rio de Janeiro.
Com a conclusão antecipada – o prazo para sair desses períodos especiais é de ao menos dois anos –, o processo de recuperação judicial da Eneva está entre os mais bem-sucedidos na história recente do Brasil. O processo foi ajuizado em dezembro de 2014 com o passivo ao redor R$ 2,4 bilhões. A 4ª Vara Empresarial entendeu que a Eneva cumpriu todas as obrigações previstas no seu plano e, por isso, decidiu encerrar o processo.
Todos os credores com créditos de até R$ 250 mil foram integralmente pagos em menos de 12 meses depois do início do processo, o que inclui passivos trabalhistas, pequenas e microempresas e credores quirografários (sem garantia real para quitação). Restaram apenas 15 desses credores sem garantias, que terão pendências liquidadas em 13 anos. Uma das providências que tornou possível o levantamento da recuperação judicial foi um aumento de capital de R$ 2,3 bilhões efetuado no final de 2015.
Em nota, a empresa destacou a importância da decisão, e destacou que, além de cumprir as etapas previstas no plano de recuperação, obteve melhoras de desempenho operacional e finaceiro. A Eneva atua na geração e comercialização de energia elétrica, tem negócios complementares na exploração e produção de gás natural e participação em blocos terrestres de gás natural na Bacia de Parnaíba. No Estado, a empresa tem, projeto para implantação de duas termelétricas a carvão em Candiota, a Sul, com capacidade instalada de 727 MW, e a Seival, com capacidade prevista de 600 MW.