Para ajudar na luta contra a expansão da covid-19, integrantes do Parque de Ciência, Tecnologia e Inovação da Universidade de Caxias do Sul (TecnoUCS) criaram um plano que inclui a fabricação de equipamentos de proteção individual (EPIs), aumento da capacidade de respiradores e na criação de protótipo de ventilador pulmonar mecânico.
Conforme Enor Jose Tonolli Júnior, coordenador do TecnoUCS, o plano de contingência começou a ser elaborado no dia 24 de março, a partir da solicitação Hospital Geral, ligado à Fundação Universitária de Caxias do Sul. Tonolli convidou empresários da cidade para integrar o grupo. Uma das indústrias que se dispôs a converter uma de suas linhas de motores elétricos foi a Mercosul Motores, que comprou as instalações da Voges.
O desenvolvimento do ventilador pulmonar, necessário no atendimento de pacientes com coronavírus, está em teste. Segundo Tonolli, o protótipo tem funcionalidades que se igualam a um equipamento de respiração convencional:
— Estamos testando, mas já é possível comprovar de que o equipamento corresponde a um ventilador tradicional, precisa de pequenos ajustes. Está sendo desenvolvido por engenheiros, com acompanhamento de equipe médica.
O grupo aguarda aprovação para um ensaio clínico do protótipo pelo Conselho Nacional de Ética em Pesquisa (Conep), ligado ao Conselho Nacional de Saúde (CNS). Os desenvolvedores contam com o Complexo de Laboratórios Especializados em Eletroeletrônica (Labelo) da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS), no aperfeiçoamento do equipamento. O Labelo realiza ensaios de conformidade para certificação de produtos.
Tonolli ressalta que, caso aprovados, os ventiladores serão direcionados para hospitais de campanha. Além disso, deverão ser utilizados apenas em casos extremos, quando os pacientes precisam de um respirador, mas o equipamento não está disponível.
— Talvez seja uma das poucas alternativas para salvar vidas: produzir e utilizar. Estamos correndo para certificar o equipamento de todas as maneiras possíveis. Além das aprovações técnicas, precisamos de uma série de componentes para a fabricação, para isso, provavelmente lançaremos um fundo de financiamento — explica.
Segundo o professor, cinco empresas já se voluntariaram para produzir o equipamentos. Desde o início da ação, o projeto já entregou cerca de 100 mil protetores faciais para profissionais da saúde da serra gaúcha.
*Colaborou Camila Silva
A coluna vem registrando com regularidade iniciativas relacionadas à área econômica que usam as melhores características dos brasileiros, solidariedade e criatividade, para contribuir no combate ao contágio do coronavírus tanto na saúde quando nos negócios. A primeira foi o hackaton online liderado pela aceleradora Grow+, especializada em startups da área da saúde. Assim, ficamos #JuntosContraOVírus e fazemos a nossa parte.