No Brasil em que a decepção com o crescimento econômico cresce a cada semana, as cenas finais da série Game of Thrones despertaram um debate nas redes sociais sobre como tirar um país – no caso, um reino – da crise. Nas cenas finais, o recém-ungido rei Brandon, o Quebrado se reúne com seu "ministério" – entre os quais o mão do rei, ou primeiro-ministro, Tyrion, e um ministro da Fazenda de reputação duvidosa, Bronn – para traçar os planos para o futuro do Seis Reinos, uma vez que o Norte conquistou a autonomia tão reclamada por outros "reinos do Norte", como Irlanda e Catalunha.
Na conversa, planos para reconstruir a cidade de Porto Real, refazer pontes, reforçar
a armada (equivalente à Marinha) de Westeros. O tom chamou atenção de economistas como Laura Carvalho, autora do livro Valsa Brasileira, que escreveu:
Gerou uma longa sequência de comentários sobre as oportunidades e os riscos de uma empreitada tão ambiciosa, à luz da teoria econômica e das recentes experiências do Brasil nessa área. Uma classificação reconhecida no debate econômico apareceu:
Era uma referência à John Maynard Keynes, economista britânico que ajudou a formar o atual sistema de acompanhamento econômico global, com a criação da estrutura formada por Banco Mundial e Fundo Monetário Internacional. Os keynesianos são uma espécie de antípodas econômicos dos liberais como o atual ministro da Economia, Paulo Guedes. Embora não defendam intervenção excessiva do Estado, argumentam que o poder público tem um papel importante na condução da economia, especialmente durante períodos de crise. O Plano Marshall, para reconstrução da Europa depois da Segunda Guerra e até o "milagre econômico" do Brasil nos anos 1970, obtido com pesada participação da ditadura militar da época, foram lembrados:
As preocupações com experiências recentes decepcionantes no Brasil, quando tentativas de intervir na economia descambaram para escândalos, também apareceram. Antes de integrar o conselho real como mestre da moeda, no último episódio, Bron era um assassino e mercenário, que propõe a reconstrução de bordéis:
No Brasil, o personagem público que recentemente fez um apelo para adoção de medidas emergenciais, enquanto a reforma da Previdência não é aprovada, foi o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ). Ele pediu a Guedes, especificamente, iniciativas para reduzir o desemprego.