A semana passada foi a segunda seguida de alta da gasolina na Capital — após seis consecutivas de queda — e não será surpresa se os motoristas voltarem a pagar mais nos próximos dias. A pesquisa de preços da Agência Nacional do Petróleo (ANP) apontou média de R$ 4,689 o litro em Porto Alegre, alta de 3%. Mas, como a coleta de dados foi feita apenas na segunda-feira (10), não captou reajustes nas refinarias e nas bombas nos dias seguintes.
Na quinta e na sexta-feira, a Petrobras confirmou dois aumentos do combustível. Agora o litro está em R$ 2,2514 nas refinarias, nova máxima desde a adoção da metodologia que faz os preços variarem de acordo com a cotação internacional do petróleo e do dólar. Há apenas um mês, era R$ 1,9420. Subiu 16%. Mas, também 30 dias atrás, o preço médio da gasolina na Capital, ainda em trajetória de queda, estava em R$ 4,607. Era 1,8% abaixo do valor verificado agora pela ANP.
Ao longo do ano, o maior preço médio da gasolina em Porto Alegre foi observado na semana entre 8 e 14 de julho: R$ 4,855. À época, porém, o petróleo estava um pouco abaixo de agora. O barril do tipo brent, referência para a Petrobras, fechou a semana passada em US$ 78, após tocar US$ 80. Na segunda semana de julho, encerrou negociado a US$ 75.
Outra diferença importante e que não traz boas perspectivas é o patamar do dólar. Há dois meses, a moeda americana estava abaixo de R$ 3,90. Com o combustível da incerteza eleitoral, na sexta-feira chegou a R$ 4,16, um dia após alcançar a maior cotação da história do real, em R$ 4,19.
Se os custos pressionam, por outro lado a demanda fraca dificulta o repasse. Até julho, o volume de venda de gasolina nos postos no país em 2018 tem queda acumulada de 13%. De acordo com a ANP, foi o quarto mês seguido com a comercialização mantendo-se no menor nível dos últimos cinco anos.