Com 14 anos de estrada, a gaúcha Zenvia acaba de vender uma divisão para a americana Syntonic. Cassio Bobsin, CEO da empresa de Porto Alegre, explicou à coluna que a intenção foi sair de um segmento que não era essencial para reinvestir no foco: mensagens de chatbots. Sim, a empresa que fica ali no bairro Chácara das Pedras é uma das responsáveis pela propagação da inteligência artificial nos negócios. A parte vendida era de carrier billing (uma espécie de central de pagamento de serviços vendidos por meio de operadoras de celular).
– A Zenvia atende a mais de 5 mil empresas e alcança cerca de 200 milhões de pessoas no Brasil. É líder no país em faturamento no seu segmento. Decidimos vender um tipo de atividade que havia entrado em uma aquisição feita em 2013, porque não era uma operação com foco estratégico – detalhou Bobsin.
Com unidades em Porto Alegre – aquela que tem tobogã e churrasqueira – e São Paulo, a Zenvia desenvolve o que chama de "plataforma conversacional" com tecnologia própria. Basicamente, "ensina" uma máquina a interagir com humanos, dando respostas coerentes.
– Somos especialistas nesse tipo de tecnologia. Vemos como um movimento de democratização tecnológica por autoserviço – diz Bobsin.
Uma das empresas gaúchas que adensa o movimento da economia digital no Estado, a Zenvia se prepara para reinvestir os dólares obtidos com a venda, mas não descarta movimentos mais ousados para crescer. Até agora, segundo Bobsin, a expansão é predominantemente orgânica (poucas aquisições), mas isso pode mudar:
– Consideramos receber mais investimento futuramente, tanto pela via privada (negociações diretas com sócios) quanto pública (oferta de ações no mercado).