A uma semana do início das aulas no novo campus da UniRitter, dentro do Iguatemi Porto Alegre, ainda há dúvidas sobre a efetividade de ensinar – e aprender – dentro de um shopping center. A presidente da instituição, Alessandra Chemelo, diz que um campus na região conhecida informalmente como "distrito acadêmico" estava no radar há três anos, na estratégia de desconcentrar as atividades de ensino e fugir do modelo de cidade universitária. Foram avaliadas várias alternativas antes da negociação com o Iguatemi, que se mostrou muito "aberto".
Para seguir as regras da Laureate International Universities, dona da Uniritter e de cerca de 80 instituições espalhadas pelo mundo, Alessandra não revela nem valor do investimento nem detalhes do contrato de aluguel. Detalha, apenas, que todos os campi da UniRitter são locados e que as matrículas no "campus do shopping" vão custar, no máximo, 5% acima da taxa mais alta cobrada pela instituição, em cursos específicos. A presidente também nega qualquer ligação entre a rumorosa demissão de 128 professores, no ano passado, e o novo local da universidade.
– Houve uma coincidência no tempo, mas estamos encarando 2018 com um otimismo brutal – afirmou.
No plano acadêmico, o reitor Germano Schwartz responde a uma das maiores dúvidas sobre a conveniência de uma universidade em um shopping, a da concentração no estudo. Relata que estudos pedagógicos apontam redução no tempo médio de concentração produtiva. O novo desafio é exigir foco máximo durante períodos menores, mas com maior repetição ao longo do tempo. As novas salas não têm quadro negro, mas duas ou três paredes brancas que podem receber inscrições, tanto de professores quanto de alunos. Uma das salas, uma espécie de auditório, tem equipamento audiovisual que permite projeção em 3D.
Primeira instituição a migrar para dentro de um shopping consolidado em Porto Alegre, a UniRitter será vizinha da Unisinos, que construiu um centro de serviços dentro de suas instalações.