– Porto Alegre tem um excelente conjunto de ativos, maior do que o de Florianópolis, que no entanto tem mais visibilidade como polo de inovação. A questão é: a cidade está ativando todos seus ativos?
O autor da frase é Josep Piqué, presidente da Associação Internacional de Parques Científicos e Áreas de Inovação (Iasp, na sigla em inglês). Quem vive na capital gaúcha já desconfiava que a cidade tem potencial para ganhar mais visibilidade nessa área. O diagnóstico feito por um especialista internacional deixa o assunto mais claro. Piqué veio acompanhar a formação do Conselho de Inovação, iniciativa da prefeitura com participação de representantes de universidades e empresas.
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Depois de várias passagens por Porto Alegre, conhece o desafio local de obter consenso, mas responde com a experiência do 22@, o parque tecnológico de Barcelona que emprega 90 mil pessoas. Para muitos apenas uma cidade turística, a capital da Catalunha também enfrenta áspera polaridade – para começar, parte da população quer a separação da Espanha, parte rejeita.
– Fizemos um pacto e todos se comprometeram, porque ajudaram a definir os espaços comuns. Não é somente a visão do prefeito, mas de todos que compartilham um desejo de futuro. A inovação não deve vir de enclaves, precisa transbordar na cidade. Porto Alegre tem todos os equipamentos e vocação para ser, por exemplo, um polo de saúde – recomenda.
Em linha com as recomendações de Piqué, o Tecnopuc, que fez a ponte entre o catalão e Porto Alegre, muda a partir de 2018: deixa de ser voltada ao campus da PUCRS e passa a atuar no desenvolvimento do ecossistema de inovação para transformar a cidade.