O que era um risco virou realidade: as peças que seriam destinadas às plataformas P-71 e P-72 no Estaleiro Rio Grande, da Ecovix, que está em recuperação judicial, foram vendidas como sucata. São 80 mil toneladas de equipamentos que estavam praticamente prontos para a montagem. O destino do material foi determinado pela decisão da Petrobras de levar a construção das duas plataformas para a China e pela situação incerta da Ecovix. Havia um plano para tentar isolar os ativos da empresa durante o processo de recuperação judicial, mas não evoluiu.
Agora, a decisão da Petrobras é irreversível: houve licitação para empresas que usam sucata, conforme confirmação da Gerdau, uma das companhias que participou do processo. Apesar de o fim das atividades no Estaleiro Rio Grande ter sido praticamente estabelecido em dezembro passado, com a demissão de mais de 3 mil trabalhadores, o Sindicato dos Metalúrgicos de Rio Grande e São José do Norte ainda tinha expectativa de uma possibilidade de retomada.
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Essa esperança era fundada, principalmente, na existência desse material. Na visão da entidade dos trabalhadores, a Petrobras buscaria opções para evitar desperdício, uma vez que as peças estavam prontas e haviam custado caro. Embora o sindicato tenha chegado a afirmar que as peças já estão sendo cortadas, a Gerdau informou, em comunicado enviado à coluna, que "participou do processo de cotação para a compra de sucata do Estaleiro de Rio Grande, o qual encontra-se em andamento".