A reação foi imediata, basta conferir a imagem acima. Assim que saiu a notícia da condenação, pelo juiz Sergio Moro, do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a bolsa teve alta pronunciada e rápida e a cotação do dólar, que já vinha caindo, acentuou o recuo. Embora a decisão de primeira instância fosse esperada, o prazo era incerto.
A bolsa subia, mas com pouca intensidade, e acelerou a alta para mais de 1%. Não chegou a "disparar", portanto, mas teve um salto. No dólar, a cotação voltou a testar a barreira de R$ 3,20, com recuo também superior a 1%. A moeda americana não era negociada abaixo desse valor desde 17 de maio, dia em que a delação da JBS se tornou pública, mas só depois do fechamento da bolsa e das negociações de câmbio.
Investidores do mercado financeiro reagem dessa forma porque, depois que a eventual substituição do presidente Michel Temer foi "precificada" – embutida nos preços de ativos como ações, juro e moeda estrangeira – o maior evento de instabilidade previsto nesse horizonte era a eleição de 2018. Lula aparecia nas pesquisas como um dos favoritos na próxima corrida presidencial.
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O temor era de que uma eventual eleição de Lula trouxesse de volta a chamada "nova matriz econômica", praticada no governo Dilma, à qual muitos agentes econômicos atribuem a desorganização das finanças públicas no Brasil. Como já era esperada, a decisão não fez o principal indicador da bolsa, o Ibovespa, disparar, mas acelerou a reação iniciada com a aprovação da reforma trabalhista. Lula só se torna inelegível para 2018 caso a sentença de Sergio Moro seja confirmada pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região, com sede em Porto Alegre, antes de outubro do próximo ano.