A média de quedas de preços em junho foi maior do que a esperada. Embora a deflação de 0,23% tenha componentes específicos – energia e alimentos –, a grande maioria dos analistas vê em sua origem uma economia ainda muito debilitada, que não tem recuperação de demanda e, portanto, não permite elevar preços. Não será duradoura, mas preocupa. Em países estáveis, inflação anual de 2% ao ano é o melhor dos cenários: não pesa no bolso do consumidor nem desestimula os empreendedores a fazer negócios.
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Para quem se assusta com a conta de supermercado, a "queda" de 0,23% é pequena. Para os empresários, é sinal de que ainda não é hora de pensar em investir.
– É o retrato da fraqueza da economia, que perdeu consistência e capacidade de reação – avalia o economista Antonio Corrêa de Lacerda.
Como queda generalizada de preços desestimula projetos, é possível que venha a forçar o Banco Central a afiar a tesoura para a decisão sobre o corte no juro no final deste mês.