A volatilidade segue determinando os movimentos do mercado financeiro. Nesta quinta-feira (25), a bolsa de valores (B3) abriu em alta – que seria a terceira consecutiva desde as fortes quedas que se seguiram à delação da JBS –, perdeu ritmo, virou para queda, ensaiou reação e, por fim, fechou com leve baixa de 0,05%, a 63.226 pontos. O gráfico do dia parece um eletrocardiograma, com os sobressaltos típicos da turbulência atual.
– A razão específica para a baixa é que não havia razão específica para a alta – simplificou Raphael Figueredo, analista da Clear Corretora.
Leia mais
Mercado financeiro aposta em cenário pós-Temer
Os bilhões que inquietam a JBS
CVM abre mais duas investigações sobre JBS
Apesar de investidores apostarem na saída de Michel Temer, Figueredo observa que o bom humor na bolsa dependerá da agenda do possível substituto. Ou seja, para navegar no azul, o mercado espera por novo presidente que também busque a aprovação das reformas trabalhista e previdenciária.
– Não há definição clara. Posicionar-se no mercado hoje tem risco muito elevado – menciona.
Ações da empresa dos irmãos Batista decolam
Na contramão da bolsa, a JBS engatou nesta quinta-feira (25) a terceira alta consecutiva. As ações da empresa dos irmãos Batista decolaram 22,84%, três dias depois de ter despencado 31,34% – outro sintoma de forte volatilidade.
O avanço, aponta Figueredo, está relacionado a especulações sobre venda de companhias que integram o grupo J&F, como Alpargatas (calçados), Eldorado (celulose) e Vigor (laticínios).
– É uma empresa com dívidas. Vender ativos é uma notícia bem recebida pelo mercado. A companhia fica mais enxuta, mas ainda tem muita bola para rolar – analisa.
No fim da tarde, por meio de nota, o grupo J&F negou que tenha contratado o banco Bradesco BBI para vender as três empresas, informação que chegou a ser publicada por jornais durante o dia.