Na semana em que a ex-secretária de Estado de Bill Clinton e primeira mulher no cargo, Madeleine Albright, disse estar disposta a se declarar muçulmana caso Donald Trump decida banir imigrantes com essa filiação religiosa, a coluna reúne filmes sobre migração nos Estados Unidos.
Madeleine nasceu Marie Jana, em Praga (na época, Tchecoslováquia), foi criada como católica, converteu-se à Igreja Episcopal e, depois de deixar o posto, descobriu que sua família era judia. Entender os movimentos migratórios, em países que só se tornaram o que são graças a quem escolheu viver lá, como EUA e Brasil, é essencial.
Um Dia sem Mexicanos (2004)
A Califórnia está em estado de choque: da noite para o dia, um terço de sua população sumiu. Todos os 14 milhões de desaparecidos são migrantes latinos: são policiais, médicos, operários e babás que garantiam o bem-estar da população branca. Enquanto autoridades procuram explicações para o caso – abdução alienígena, terrorismo biológico, causas sobrenaturais – os californianos tentam entender a diferença entre mexicanos e latinos em geral e a começar a perceber seu papel.
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O Dia Depois de Amanhã (2004)
O que um filme-catástrofe está fazendo aqui? Atenção, spoiler: por causa de seu final. A obra aborda uma das consequências possíveis das mudanças climáticas – aquelas sobre as quais Trump removeu uma área do site da Casa Branca: uma espécie de nova era glacial no Hemisfério Norte. E onde vão buscar asilo climático os norte-americanos varridos pelo gelo? Ao sul da Linha do Equador, graças à generosa abertura da fronteira com o México.
Olhos Azuis (2010)
Este filme do brasileiro José Joffily aborda as consequências do estímulo e da falta de freio ao preconceito. Na véspera da aposentadoria, o agente de migração de um aeroporto humilha latinos que, segundo ele, têm inveja da cor dos olhos dos americanos. Entre eles, um brasileiro. Anos depois, o agente faz uma viagem ao Brasil, onde entende melhor a extensão de sua ignorância.
Era uma Vez em Nova York (2013)
Quem conhece um pouquinho da história dos EUA sabe o papel crucial de Ellis Island, espécie de área de quarentena dos primórdios da migração. Este filme aborda uma de suas "hóspedes", mas foca, mesmo, na irmã, uma polonesa vivida pela francesa Marion Cottillard, que enfrenta as dificuldades da falta de proteção legal e o oportunismo dos "locais" que se aproveitam da fragilidade dos migrantes.