No mesmo dia em que investidores ficaram focados no resultado da eleição nos Estados Unidos, o Itaú, maior banco privado do Brasil, fez um comunicado que, em outra data, sacudiria o mercado. Roberto Setubal, 62 anos, deixará a presidência da instituição por ter atingido a idade máxima para exercer a função.
Mais do que um banqueiro, ao longo dos 22 anos em que esteve no cargo, Setubal assumiu o ''rosto'' do Itaú, quase como Lázaro Brandão era o do Bradesco até deixar o comando direto das operações em 1999.
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Setubal ocupava o cargo desde 1994 e liderou o processo de expansão do Itaú no Brasil e na América Latina. Um de seus maiores feitos foi a fusão com o Unibanco, em 2007, com a união de duas das famílias mais tradicionais na banca brasileira, os Setubal e os Moreira Salles.
O processo de sucessão teve uma decisão curiosa: quem ocupará seu lugar é o diretor-geral de atacado, Cândido Bracher. O empresário é filho de Fernão Bracher, que fundou o banco BBA, comprado pelo Itaú em 2002.
Setubal não deixará a companhia. Atuará como co-presidente do conselho de administração do Itaú, conforme comunicado divulgado nesta quarta-feira, com Pedro Moreira Salles.