Um dado saltou no monitor Salariômetro, sobre mercado de trabalho e negociações coletivas divulgado nesta quinta-feira pela Fipe (SP) com dados do Ministério do Trabalho de todo o país. O número de acordos em que se negociou redução de jornada com diminuição salarial quase quadruplicou entre o primeiro semestre de 2015 e o deste ano. Foram 209 de janeiro a junho ante 49 em igual período do ano anterior. A grande maioria, 190, foi fechada em empresas do setor metalúrgico, um dos mais impactados pela crise. A segunda maior concentração foi na construção civil, com apenas 22.
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De 474 negociações desse tipo desde janeiro de 2015, apenas 125 utilizaram o Programa de Proteção ao Emprego. Será com esse retrospecto que vão ocorrer as discussões sobre a reforma trabalhista, que prevê, a princípio, flexibilização total. Ou seja, com exceção do que está previsto em Constituição, como a remuneração da hora extra com 50% de acréscimo – alguém sabe por quê? –, tudo pode ser alvo de negociação direta entre sindicatos e empresas. Inclui férias, 13º, adicional noturno, descanso semanal remunerado e até FGTS. Não será uma discussão simples, mas se tornou necessária.