Esperada desde a aprovação da admissibilidade do processo de impeachment na Câmara dos Deputados, no dia 17 de abril, a reação favorável do mercado não havia se confirmado até esta terça-feira, véspera da votação no plenário do Senado que pode representar o afastamento da presidente Dilma Rousseff da Presidência da República. A euforia tardou, mas não falhou: a bolsa fechou o dia com 4,08% de alta, a maior desde 17 de março, data da divulgação dos áudios de gravações telefônicas entre Dilma e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Nesse cenário, o dólar recuou 1,65%, para R$ 3,47. O Banco Central não fez intervenção no mercado de câmbio nesta terça-feira, o que acentuou o movimento de correção. Apesar da cotação menor, o valor ainda fica dentro do intervalo considerado positivo tanto para não gerar inflação quanto para não atrapalhar as exportações. O foco na política interna foi reforçado por sinais positivos do Exterior.
A expectativa em relação ao fim de uma relação turbulenta entre o mercado financeiro e a presidente Dilma Rousseff, marcada desde a campanha para a reeleição, também alcançou a negociação de juros futuros, mais importante para as empresas do que a taxa básica definida pelo Banco Central. Enquanto a meta da Selic está fixada em 14,25% ao ano, nesse mercado as taxas efetivas tocaram nesta terça-feira em 12,47% para janeiro de 2021.