Beneficiado pela queda na produção de óleo nos Estados Unidos, que cria a perspectiva de redução no excesso de oferta disponível no mercado, o preço do barril de petróleo ganhou impulso em abril. No acumulado do mês, o valor do brent, referência global, subiu cerca de 20% – foi o melhor desempenho mensal dos últimos sete anos.
A alta indica a expectativa de equilíbrio em um mercado cercado de pessimismo desde o ano passado. Em janeiro, o preço do barril de brent chegou ao menor nível da história, abaixo dos US$ 30. O baixo patamar lançou temores sobre o endividamento das grandes petrolíferas e a exposição do sistema financeiro às grandes empresas do setor. Desde então, no entanto, as cotações subiram mais de 70%.
Mesmo sem acordo na Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) para congelar o nível de produção, órgãos reguladores do mercado enxergam uma estabilização. A Agência Internacional de Energia, que em fevereiro desenhava cenário pessimista para o ano, disse neste mês que os mercados irão se ''mover em direção ao equilíbrio'' no segundo semestre.
Para o Brasil, se não chega a ser 100% boa notícia – é preciso lembrar que o país ainda importa mais óleo bruto do que exporta –, a alta do petróleo pode ser um combustível da reação que a economia nacional busca desesperadamente.