O primeiro grande desafio do novo secretário de Segurança, Cezar Schirmer, será o de construir uma Política de Segurança, a partir de um qualificado diálogo com a sociedade civil e com os policiais e de um diagnóstico competente sobre as dinâmicas criminais – sobretudo com pesquisas de vitimização e estudos de perfil de homicídios. Ao mesmo tempo, será preciso enfrentar dois grandes "gargalos": a gestão das polícias e a qualidade da execução penal. Chegou o momento de modernizar a gestão na área, assegurando controle público e transparência; introduzindo metas e indicadores para a avaliação; liberando policiais civis e militares consumidos em tarefas burocráticas para as funções fim; acabando com os turnos de 24 horas de trabalho por 72 horas de folga nos plantões; formando as Áreas Integradas de Segurança Pública, para a atuação conjunta das polícias nos mesmos territórios; entre muitas outras medidas. Quanto aos presídios a serem construídos, será necessário conceber novas plantas arquitetônicas que valorizem o trabalho e a educação prisional e que inviabilizem a organização de facções. Se não for assim, ampliaremos o problema, ao invés de enfrentá-lo. Lidando com uma base confiável de dados, definindo como prioridade a redução dos homicídios, e articulando a sociedade em torno de uma política racional, com ênfase na prevenção e orientada por resultados, não por ideologias, teremos uma chance de vencer a onda de violência.
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