Na parede de recados da Vila Olímpica, alguém escreveu em inglês: "O melhor lugar do mundo é aqui". É provável. O Rio e o Brasil são a partir desta sexta o centro das atenções mundiais como nunca antes. A hora de ser do contra era lá em 2009, quando Lula liderou a escolha do Rio como sede olímpica. Agora o melhor a fazer é no mínimo torcer. O que resultar da Olimpíada ditará a imagem do país, o que inclui investimentos estrangeiros e confiança em produtos brasileiros - traduzidos por empregos - por muitos anos à frente.

Leia mais
De morte de onça a protestos: as polêmicas da passagem da Tocha Olímpica pelo Brasil
Refugiados sírios deixam sua marca nos Jogos Olímpicos com a natação
Nadadores americanos elogiam acomodações na Vila Olímpica: "São ótimas"

Cenas do Rio

De saias, o brutamontes do judô da Samoa Americana faz uma selfie diante da Vila Olímpica. As atletas das Ilhas Cook (em algum lugar do Pacífico) chegam com flores na cabeça. A repórter chinesa desorientada na rua é socorrida pelo soldado do Exército que só fala português. Ciclistas suíços zunem pelas avenidas do Rio em treino. Quinze mil jornalistas estrangeiros sofrem com o ingles macarrônico local, mas a gentileza dos voluntários e a alegria carioca neutralizam a má vontade. O Rio está povoado por atletas, repórteres e policiais. Vai sentir falta de tudo isso quando acabar.

Trégua

Se há uma cena que simboliza o que significam Jogos Olímpicos, é a felicidade da delegação da Síria. Por meio do esporte, a vida e a esperança brotam em meio aos escombros.

Aí é demais

O José Alberto Andrade, o André Silva e o André Baibich, que são nossos experts em linguagem olímpica, nos alertam que é heresia chamar esgrima de luta, tênis de mesa de pingue-pongue e, essa é dura mesmo, badminton de peteca. Mas nomear jogador de tênis de mesa de "mesotenista", como quer o COB, é forte para a Infantaria, como diria meu pai.

Sopa de letrinhas

OBS, MPC, TM, IBC, CDM, MAC. São tantas as siglas que povoam o parque olímpico e supostamente orientam o recém-chegados que, quando se descobrir o que significam, já terão começado os jogos de Tóquio.

A maré passa

Todo evento internacional de grande envergadura é a mesma coisa. O noticiário que o antecede é sempre repleto de problemas, dúvidas e críticas- no nosso caso, com alguma propriedade. Depois que a bola rola ou que se dá a primeira braçada, a agenda muda completamente para o evento em si. A menos que ocorra uma hecatombe.

*ZHESPORTES