Primeiro, o Atlético-MG. Depois, o Botafogo. Juntos, fizeram 8 a 0 nos jogos de ida das semifinais da Libertadores. O detalhe é que as goleadas foram aplicadas sobre adversários que somam nove títulos na principal competição da América — River Plate e Peñarol.
Os clubes brasileiros sobraram, contaram com o talento de jogadores diferenciados e só conseguiram isso por terem mais recursos financeiros. Os dois são SAFs.
Não foi de graça que Atlético e Botafogo atropelaram dois gigantes do futebol sul-americano. Ao contrário, isso custa caro.
A goleada do Botafogo entra para a história da Libertadores como uma das vitórias mais imponentes. Um massacre na semifinal. Thiago Almada e Luiz Henrique, o melhor jogador do Brasil no ano, são peças que se diferenciam das demais.
Mas não é só de dinheiro que se faz uma SAF. O modelo pressupõe profissionalização, acima de tudo. O Botafogo contratou Savarino, por exemplo. Um jogador com custo baixo e que, graças ao olhar atento de quem cuida do futebol do clube, faz a diferença em campo.
Nosso clubes precisam ter atenção para isso. Os torcedores ainda mais. Não dá para cobrar resultado e rendimento quarta e domingo com tamanha disparidade entre os clubes. Nada é de graça, muito menos no futebol.