A MLS começa a contabilizar as perdas com a ausência de Messi na disputa dos playoffs. No fim de semana, o Atlanta surpreendeu ao eliminar o Inter Miami na melhor de três jogos. Assim, o time de piores números entre os 16 classificados tirou o de melhor campanha. Obras do formulismo, do qual, graças a Deus, o Brasileirão se livrou.
O sonho dos executivos da MLS e dos donos das franquias era de que ter Messi passando fase a fase e decidindo sua primeira final da liga colocaria os olhos do mundo no "soccer" jogado nela.
Não foi assim, mas eles não têm do que reclamar da primeira temporada do astro argentino nos EUA. A média de público nos estádios se elevou.
O Atlanta, esse que mandou Messi e Suárez para casa mais cedo, ostenta 47 mil pessoas por partida no Mercedes Bens Stadium. Quase o dobro em relação a temporada passada.
O clássico de Los Angeles, entre Galaxy e LAFC levou 70 mil torcedores ao Rose Bowl. A soma disso tudo fez a MLS bater, em outubro, com 16 jogos a serem disputados ainda, o recorde de público na temporada regular: 11 milhões de torcedores. O anterior era de 2023, 10,9 milhões.
A Apple TV, detentora dos direitos de transmissão da MLS, registrou a maior audiência em um evento esportivo transmitido pela plataforma no primeiro jogo do playoff do confronto Inter Miami x Atlanta.
A Apple pagou US$ 2,5 bilhões por 10 anos de contrato com a MLS. O contrato de TV anterior rendia US$ 100 milhões anuais. Ou seja, a liga, com a chegada de Messi, passou a embolsar 2,5 vezes mais com direitos de transmissão.
A empresa não divulgou números atualizados. Mas a arrancada nas vendas com a chegada de Messi aponta para números gigantes. No dia do anúncio da contratação pelo Inter Miami, foram 110 mil assinantes novos. No mês da apresentação, outros 300 mil.
As estimativas apontam que a MLS alcançará receitas de US$ 680 milhões nesta temporada. O que a faz encostar nos calcanhares da NHL, a liga de hóquei, esporte popular no país e no Canadá.
A seguir nesse ritmo de crescimento, a projeção é de que antes da Copa de 2026 a ultrapasse e entre para o Top 4 das ligas norte-americanas, com NFL, NBA e MLB.
O Inter Miami, responsável por trazer Messi e sua turma (Suárez, Alba e Busquets) conta em milhões seu crescimento. A camisa de Messi, essa que você vê criançada aos montes vestindo, é a mais vendida no mundo. O preço, em alguns casos, chega a US$ 200.
O clube lotou o Chase Stadium rodada a rodada. Aliás, o Chase comprou os naming rights no começo da temporada. O novo patrocinador master na camisa, Royual Caribbean, pagou o dobro para tirar a XBTO, empresa do setor de criptomoedas, que colocava cerca de US$ 5 milhões por ano. A receita com patrocínios baterá em US$ 55 milhões neste ano.
A eliminação precoce na MLS tirará Messi de ação até fevereiro, quando a temporada 2025 será retomada. Mesmo que tenha sido um golpe forte a eliminação para o Atlanta United, nas oitavas de final, ninguém tem motivos para lamentar.
A primeira temporada cheia do argentino nos EUA foi no padrão do sonho americano, com muito dinheiro, muito barulho e, o principal, muito espetáculo.