Renato entendeu que um jogo propositivo e mais ofensivo estava levando o Grêmio para um lugar perigoso e o empurrando para as barbas do Z-4. Por isso, abriu mão de uma convicção que mantinha desde 2016, quando voltou para a terceira passagem pelo clube, na qual entrou para a galeria dos maiores técnicos da história gremista.
Pela primeira vez desde lá, Renato montou um time que abriu mão da bola. Nem mesmo quando adotou três zagueiros e equilibrou o time, no ano passado, isso aconteceu. Ali, o Grêmio se compactou, mas buscava a bola para controlar as ações. Nos dois últimos jogos, viu-se um time de linhas baixas, de muita marcação e preocupado em fechar os espaços primeiro para só depois pensar em atacar. Isso conforme a conveniência.
Não há modelo certo ou errado no futebol, apenas distintos. Renato mudou completamente o seu, saindo de um time com dois meias e mais um atacante driblador e desequilibrante, para um com abnegação à marcação e que fecha caminhos. Edenilson e Aravena bloqueiam os lados. Pepê e Dodi, o meio. Braithwaite tem como característica a pressão sobre os zagueiros e volantes.
Ou seja, estamos vendo um Grêmio que transpira muito mais sem a bola. Os resultados mostram que Renato acertou ao adotar um caminho mais seguro. São quatro pontos conquistados contra o líder e o terceiro lugar. A consequência disso é uma boa margem de distância do Z-4 e a tranquilidade para chegar ao clássico e encaminhar um final de temporada sem sobressaltos.