O Inter está entre os clubes da Liga Forte União (LFU) que revisam o acordo com a LCP Capital, a XP e a General Atlantic, e venderão 10% dos direitos de TV por 50 anos, em vez dos 20% assinados no ano passado. Além do clube gaúcho, os demais integrantes do bloco na Série A também fecharam acordo de redução nesses termos. Outros clubes, esses da Série B, adotaram percentuais diferentes, de 15% e 17%.
No caso do Inter, os investidores pagaram metade do valor do acordo pelos direitos de TV em outubro de 2023. Ou seja, dos R$ 218 milhões, foram depositados R$ 109 milhões. O restante seria pago em 12 e 18 meses.
Nesse mesmo acordo, o Inter também recebeu um valor pelas placas de publicidade. O contrato assinado, nesse caso, foi de cinco anos. Numa conta rápida, com a soma da metade pelos direitos de TV, o Inter teria recebido fatia equivalente a 12% dos 20% vendidos.
Como são contratos distintos, o Inter e os demais clubes da LFU na Série A que receberam discutem de que forma será devolvido esse dinheiro relativo às placas. Ou mesmo se devolverão. Há a possibilidade de seguir com o acordo. A LFU também negocia que essa devolução, caso ocorra, aconteça em um prazo estendido de cinco anos.
O novo acordo é uma decisão acertada dos clubes. Um contrato de 50 anos abocanhando 20% dos direitos era algo que tiraria uma fatia da principal receita dos clubes na atualidade, os direitos de TV. Porém, o pagamento à vista feito pelos investidores em outubro do ano passado fez com que esses clubes do bloco se capitalizassem e ganhassem a chance de quitar dívidas urgentes, principalmente, bancárias, cujos juros comem à mesa com quase todos os grandes clubes brasileiros.
No caso do Fluminense, por exemplo, o dinheiro ajudou o clube a manter em dia salários e premiações, fator fundamental para manter harmônico o ambiente do vestiário. Essa troca de uma receita futura por dinheiro para apagar incêndios diz muito da gestão financeira dos clubes brasileiros. A busca por novas receitas e por novos caminhos para evitar dependência do resultado de campo é a obsessão dos dirigentes, porém, quase ninguém consegue sair do convencional plano de sócio-torcedor/direitos de TV.
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