O Grêmio começou a cair para a Segunda Divisão na noite de 23 de outubro de 2019, naquele 5 a 0 para o Flamengo, pela Libertadores. Ali, veio a mensagem de que um ciclo vitorioso tinha expirado e era preciso mudar.
A direção ouviu, mas entendeu de forma arrevesada. Tanto que, 80 dias depois, trocou preparadores de goleiros e físico, fisiologista, nutricionista, fisioterapeuta e até o assessor de imprensa. A ideia era sacudir o vestiário e aperfeiçoar processos para recuperar atletas.
Porém, nada disso aconteceu, a não ser a perda de profissionais de alto quilate. Os métodos de Renato e a perda de identidade do time passaram batidos, acobertados pelas vitórias em Gre-Nais e pelos títulos gaúchos. Além disso, alguns jogadores seguiram intocáveis, embora rendendo bem menos do que em outras temporadas.
Reforços
Para completar, os nomes que vieram ficaram longe de resolver os problemas técnicos. Vanderlei, Victor Ferraz e Thiago Neves, em um primeiro momento, Robinho, Everton Cardoso, Luiz Fernando, Churín e Piñares mais adiante.
Aplicou pouco e mal os recursos volumosos obtidos com vendas milionárias, como as de Cebolinha, Diego Rosa e Pepê. Não deu certo, claro. A final insossa da Copa do Brasil mostrou que um ano havia se passado, e o time definhava tecnicamente. Romildo Bolzan, no dia seguinte, reconheceu o fim de um ciclo vitorioso e anunciou o começo da construção de um novo time, com aposta na base.
Porém, a queda na Pré-Libertadores teve efeito de um furacão. Derrubou Renato, promoveu a ascensão do CEO Carlos Amodeo, de relações tensas com o vestiário, nas decisões do futebol e antecedeu uma derrocada técnica do time.
A mesma que havia sido gritada pelo campo naquela noite de outubro no Maracanã.
Aquele 5 a 0 foi mais do que um desastre técnico. Foi o anúncio de que era preciso começar de novo.