O Grêmio deu um passo e tanto para se classificar à próxima fase da Copa Sul-Americana. Venceu o Lanús por 2 a 1 e, agora, definirá tudo em dois jogos na Arena. Mas mais do que o resultado, o saldo trazido da Argentina é engordado pela atuação consistente e já com algumas intervenções nítidas do técnico Tiago Nunes. As linhas estão mais próximas, a marcação é mais alta e o jogo tenta sempre ser bem vertical.
Crescem neste Grêmio que se reconstrói as figuras dos extremas. Não foi de graça que o primeiro gol surgiu numa arrancada de Ferreira, em contra-ataque, seguida de lance individual e cruzamento para o ingresso no lado oposto de Léo Pereira.
Há também uma busca intensa pela compactação, como uma tentativa de encurtar o campo. A todo o instante, Tiago fazia pedido, aproximando as mãos espalmadas, que o time ficasse mais arregimentado. Houve um ganho de solidez defensiva. Não só por isso, é claro. A volta de Geromel, casada com o bom nível de Ruan, a guarida que Thiago Santos, um dos nomes da noite, e uma presença defensiva forte dos laterais (Rafinha e Cortez) deixam o time mais robusto atrás.
Ainda há um caminnho longo para ser cumprido, mas o novo técnico já começa a desenhar seu Grêmio. Sem abrir mão, é claro, de matizes da Era Renato. Principalmente, no segundo tempo, a partir da entrada de Maicon para formar um tripé no meio, com Thiago e Matheus.
Ali, o Grêmio buscou circular mais a bola e a controlar o jogo. Levou o empate, é verdade, e viu ainda Brenno fazer, pelo menos, duas intervenções. Porém, quando saiu para buscar o 2 a 1, o fez com trocas de passes conscientes.
Obtida a vantagem, rodou a bola e gastou o tempo com maturidade. Não foi uma jornada de luxo, longe disso, mas foi uma atuação de bom nível e que, fazia já algum tempo, o torcedor não via seu time fazer. O que é um bom sinal. Os números mostram isso. A posse de bola foi maior (53%), assim como o número de passes(591) e a eficiência. Foram dois chutes a gol e dois gols. O que, para começo de conversa, está de ótimo tamanho.