O Grêmio teve menos a bola, acabou com 31% de posse e correu mais atrás do São Paulo do que o contrário. Só que todos essas estatísticas foram esfareladas pela eficiência. Numa das poucas chances de marcar, fez o 1 a 0 e leva para o Morumbi uma vantagem gigantesca em um confronto tão equilibrado. Claro que deve agradecer isso a dois jogadores.
O primeiro é Ferreira. Foi ele quem desequilibrou, quem levou vantagem sobre seu marcador e criou a jogada do gol de Diego Souza, o outro protagonista de uma noite operária do Grêmio. Isso no primeiro lance, 30 segundos depois de entrar no lugar de Thaciano, um jogador voluntarioso, empenhado e polivalente. São virtudes louváveis mas as decisões que o Grêmio joga pedem mais do que isso.
O roteiro escrito na Arena foi totalmente às avessas do confronto com o Santos, quando o clube gaúcho passou muito mais tempo com o controle das ações, mas acabou derrubado pela efetividade do adversário. Renato fez um jogo estratégico e soube como usar o fato de o São Paulo ser quase um fundamentalista do passe e da posse da bola.
Deixou que os paulistas a tivessem e tratou de marcar com empenho e transpiração para que isso se transformasse em gol. O primeiro tempo foi renhido, por vezes, com disputas acima do tom. Sobraram braços no rosto em lance aéreos e travas de chuteiras nos enfrentamentos rente à grama. O São Paulo foi para o vestiário com a sensação de que comandava as ações, mas as duas chegadas mais agudas haviam sido do Grêmio.
A adrenalina mais baixa na volta do intervalo mostrou a qualidade do São Paulo. Foram duas chances perdidas na frente da área. Foi quando Renato mudou o time e o sistema. Cravou Lucas Silva na frente da área e Ferreira como um ponta-direita à moda antiga no 4-1-4-1. Foi quando Ferreira driblou Reinaldo e cruzou para sair o gol de Diego Souza. O Natal estava garantido. Falta agora só confirmar no Morumbi para o revellion ser todo azul.