A compra da rede social Twitter pelo bilionário Elon Musk mexeu com os usuários e também com a classe política nesta segunda-feira (25). O motivo é simples: a expectativa sobre uma maior liberdade quanto aos conteúdos publicados na plataforma.
Musk é hoje a pessoa mais rica do mundo, inclusive arrebatando o posto de Jeff Bezos, da Amazon, após a ascensão da Tesla, empresa de automóveis elétricos fundada em 2003.
O que chama a atenção da ala política, contudo, não é a fortuna de Musk. Mas sim a predileção pelas ideias liberais (e aqui o conceito precisa ser analisado em especial pela ótica norte-americana).
Na prática, usuários projetam, a partir da compra anunciada ontem, menos regulação do que é publicado no Twitter. Inclusive, sem banimento de postagens e/ou usuários como foi o caso do ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump.
Esse, aliás, é um dilema aprofundado pelas redes sociais nos últimos anos: como conciliar o direito à liberdade de expressão sem favorecer, por exemplo, a desinformação ou mesmo ataques de ódio?
O debate se intensificou durante a pandemia de coronavírus, quando postagens anti-vacina reacenderam a discussão sobre liberdade do indivíduo versus desinformação.
Neste sentido, usuários de perfil liberal e/ou mais alinhados com ideias de direita, entre eles apoiadores de Bolsonaro, comemoram o fato de Musk ter adquirido a plataforma. Segundo o próprio empresário, a rede social tem um papel fundamental na liberdade de expressão em todo o mundo como "um imperativo social em uma democracia".
Em seu perfil no Twitter, o presidente da República, Jair Bolsonaro, foi um dos que celebrou a novidade. Ele ironizou o movimento de pessoas que querem deixar a rede social, agora que Musk é o novo dono. E o fez a partir de uma publicação de uma reportagem do portal UOL:
"Não quer ficar no Twitter de Elon Musk? Saiba como desativar sua conta", dizia o texto. O presidente repostou: "Boa matéria".