A crise que rachou o PSL entre a ala bolsonarista e a ala bivarista ganhou mais um capítulo nesta terça-feira (3). Reunido, o Diretório Nacional do partido confirmou punição a 18 deputados da sigla aliados ao presidente da República, Jair Bolsonaro. Entre eles, dois gaúchos: Bibo Nunes e Sanderson, ambos deputados federais em primeiro mandato.
Bibo Nunes recebeu, em outubro, 91.664 votos; Sanderson, 88.559 votos. Os dois demonstraram alinhamento com o presidente a ponto de serem retirados de comissões no Congresso Nacional, também como forma de sanção. Nesta terça, Bibo recebeu a punição maior: 12 meses de suspensão das atividades partidárias. Já Sanderson está suspenso por dez meses.
Também foram suspensos por 12 meses o filho do presidente e deputado federal Eduardo Bolsonaro, o deputado federal pelo Rio Daniel Silveira e a parlamentar mineira Alê Silva.
O deputado gaúcho Bibo Nunes afirmou que vai recorrer para pedir uma pena ainda maior.
— Eu vou entrar com recurso porque recebi a pena máxima, 12 meses. Eu mereço no mínimo 3 anos. eu considero um absurdo essa pena. Quanto mais me atacarem, mais me penalizarem, melhor eu fico com a população. Porque longe do PSL é perto — declarou o parlamentar.
À coluna, Bibo já havia declarado postura crítica à gestão de Luciano Bivar, atual presidente do PSL. Em outubro, o parlamentar disse que a legenda funciona como uma "ditadura" e com atitudes que configuram um "coronelismo", citando nominalmente o presidente Bivar. Ele criticou o interesse do comando do PSL nos recursos do Fundo Eleitoral e completou dizendo que "eles só querem dinheiro". À época, ele chegou a dizer que, caso fosse expulso, seria "uma honra".
— Ser expulso de um partido que apresenta as condições ilegais e imorais do PSL atualmente é uma honra para mim. Não tem prestação de contas, tem um presidente envolvido em laranjal, é tudo na base do dinheiro, não tem transparência nenhuma — disparou à coluna.