Uma das rodovias mais atingidas pela enchente de maio, a BR-386 só deverá estar totalmente reconstruída no segundo semestre do ano que vem. Mais de 60 pontos diferentes foram afetados.
A CCR ViaSul estima que irá gastar R$ 250 milhões nos reparos necessários. Desse total, R$ 132 milhões serão investidos na recuperação de taludes e realização de terraplenagem, já que trechos da rodovia foram levados pela força d'água.
Mais de R$ 5 milhões serão gastos na recuperação do asfalto. Outros R$ 43 milhões serão investidos na recuperação de pontes e viadutos. Ao menos cinco estruturas foram atingidas - Taquari, Boa Vista, ponte seca e Estrela.
O principal desafio será recuperar a estrada entre Fontoura Xavier e Paverama. Os quase 100 quilômetros chegaram a ficar diversos dias com interrupção total.
Segundo previsão da concessionária, os reparos só estarão 100% concluídos até julho de 2025. Antes disso, ao longo do primeiro semestre do próximo ano, as obras para corrigir os problemas causados pelo deslizamentos que atingiram o km 288, em São José do Herval; e os kms 297 e 308, em Pouso Novo, deverão, serão concluídas.
Enquanto isso, usuários da rodovia precisarão se acostumar a passar por desvios provisórios. O seguro contratado pela concessionária já foi acionado. A empresa ainda aguarda a confirmação do pagamento do benefício.
Primeiras ações
Com trechos que foram levados pela força d'água, usuários da rodovia ficaram ilhados. Enquanto não consegui criar desvios que permitiriam a reconexão a BR-386, a CCR ViaSul atuou para levar mantimentos para as vítimas da enchente. Também realizou a construção de um corredor de ajuda, para retirar a pessoas presas. Nestas ações, a concessionária investiu R$ 1,2 milhão.
A praça de pedágio de Montenegro ficou alagada. A infraestrutura do ponto de cobrança teve avarias na edificação, na parte elétrica, nos equipamentos e no pavimento. As intervenções deverão ser concluídas entre setembro e outubro.
Questionamento na Justiça
Na semana passada, o Ministério Público Federal ingressou com ação na Justiça pedindo a suspensão do pagamento dos pedágios na BR-386 enquanto durarem as obras de restauração. Além disso, a concessionária precisaria garantir a trafegabilidade nos acessos ao município de Marques de Souza e realizar obras para evitar cruzamento pela rodovia em locais proibidos. A juíza Ana Paula de Bortoli negou o pedido.
"Observo, por fim, que o Ministério Público Federal também não esclarece de que forma a suspensão da cobrança de pedágio contribuiria para o aumento da segurança dos usuários ou para a melhoria da trafegabilidade. Aliás, é de se supor que o número de veículos circulando seria maior, aumentando os transtornos já vivenciados. Além disso, acarretaria evidente redução dos recursos financeiros necessários à continuação das obras de recuperação da estrada", informa a magistrada no seu despacho.