Viralizaram no fim de semana, pelo menos entre policiais, imagens de uma ação da Polícia Civil na região das Missões. Agentes da Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco) de São Luiz Gonzaga, vestidos como vaqueiros, conseguiram passar despercebidos junto a uma mansão ocupada por suspeitos de tráfico na cidade de Bossoroca. Até prendê-los.
O que chama a atenção é que os policiais civis vestiam chapéus de boiadeiros e botas, como se fossem fazendeiros. Aliás, vários deles sabem montar a cavalo. E foi essa a identidade que adotaram para fazer a campana (vigilância) dos suspeitos, revela o delegado responsável pela operação, Heleno dos Santos.
— Foram dois dias de trabalho disfarçados, sem interrupção. Ficamos de vigilância numa caminhonete, saindo vez que outra. Prendemos cinco pessoas por tráfico e apreendemos cocaína — recorda Heleno.
A droga apreendida desta vez, vinda da Região Metropolitana, foi pouca. Mas a Draco de São Luiz Gonzaga tem se notabilizado por grandes apreensões, numa região que pode ser chamada de legítimo faroeste gaúcho. Foram mais de 1,5 tonelada de cocaína em dois anos e meio. Numa só ocasião, 441 quilos de cocaína interceptados em caminhonetes logo após o entorpecente ser lançado em lavouras, por aviões. A droga valeria R$ 40 milhões, caso fosse vendida nas ruas.
As aeronaves vêm do Paraguai, que fica a pouco mais de 100 quilômetros da cidade gaúcha, que está situada quase na fronteira com a Argentina.
Nessas ações a Draco apreendeu duas aeronaves: um EMB-820C Navajo, fabricada pela Embraer nos anos 1980, e um Beechcraft Baron 58. Ambos bimotores. Há expectativa de que a Justiça autorize a polícia a usar os aviões, enquanto não julga os processos referentes aos seus proprietários. Agora é torcer para que os cowboys da Polícia Civil continuem a protagonizar mais ações como a da última semana.